Há três semanas, em 24 de junho de 2020, a Venezuela registava, segundo dados oficiais, 4.365 casos confirmados de covid-19.
Com 2.144 casos confirmados, o estado venezuelano de Zúlia (785 quilómetros a oeste da capital) regista o maior número de infetados, seguido por Apure (440 quilómetros a sul da capital) com 1.430 e o Distrito Capital (Caracas), com 1.079.
Seguem-se Bolívar (983), Táchira (921), Miranda (889, vizinho de Caracas), Sucre (421), Arágua (340), Mérida (258) e Lara (255).
No final da lista de 25 estados estão Portuguesa (48), Cojedes (21), Delta Amacuro (14), Guárico (19) e Los Roques (4).
De acordo com Nicolás Maduro, o principal foco de contágio é o contacto entre pessoas, principalmente entre venezuelanos que regressam ao país por via terrestre, desde a Colômbia.
Numa intervenção televisiva, o chefe de Estado acusou as agências internacionais de notícias, como AP, Reuters, Bloomberg, Efe e AFP, e ainda a estação de televisão Euronews, de "silenciar" o que acontece em países como os Estados Unidos de América e o Brasil, cujos governos são contrários à sua gestão.
Nicolás Maduro referiu que as agências de notícias internacionais não estão a informar sobre as medidas de confinamento social implementadas pelo executivo, que combinam "flexibilização" e "radicalização" da quarentena.
"Usam um grupo de mercenários para que todos os dias estejam com rumores, com campanhas, mas a verdade da Venezuela é mais poderosa", frisou.
Entretanto, segundo Nicolás Maduro, o presidente da Assembleia Constituinte da Venezuela (composta unicamente por simpatizantes do regime), Diosdado Cabello, o vice-presidente para a Área Económica, Tareck El Aissami, e o governador socialista do estado de Zúlia estão a receber tratamento depois de testarem positivo para covid-19.
"Eu sempre peço a Deus que proteja a Venezuela. Ajuda-nos a ter saúde, que ninguém nos contagie", acrescentou Maduro.
Na Venezuela, além dos 10.010 casos de pessoas infetadas, há ainda o registo de 96 mortes associadas ao novo coronavírus. Estão também dados como recuperados 2.671 pacientes.
O país está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.
Os voos nacionais e internacionais estão restringidos até 12 de agosto de 2020 e os cidadãos estão impedidos de circular entre as distintas regiões do país.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 574 mil mortos e infetou quase 13,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.