Israel regista recorde diário de casos no meio de muitos protestos

Israel registou nas últimas 24 horas um recorde de 1.977 novos casos de covid-19, numa altura em que são muitos os protestos contra a forma como o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem gerido a pandemia.

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Lusa
22/07/2020 15:20 ‧ 22/07/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Hoje, as autoridades sanitárias israelitas deram conta de 1.977 novos casos em 24 horas, o número mais alto de contágios diários desde o início da pandemia, num dia em que dezenas de manifestantes se acorrentaram diante do Parlamento em Jerusalém bloqueando temporariamente o acesso ao edifício.

A polícia israelita deteve quatro deles e rapidamente os dispersou da manifestação, convocada para protestar contra uma votação, prevista para hoje no Parlamento, que prevê a possibilidade de o Governo deixar de necessitar do hemiciclo para tomar mais medidas para combater a pandemia do novo coronavírus.

Os protestos que decorrem defronte da residência de Netanyahu decorrem há sete dias consecutivos, com a polícia a carregar com medidas cada vez mais duras sobre os manifestantes.

Israel tinha registado nos últimos dias um número decrescente de novos casos diários, provavelmente relacionado com uma menor quantidade de testes, mas terça-feira o total de infetados tem rondados os 2.000 por dia.

Este total constitui um limite que, se ultrapassado, para autorizar o Governo a impor novamente o confinamento em todo o país.

O número de casos de covid-19 confirmados desde o início da crise sanitária ronda os 55.000 e mais de 31.000 estão ativos, indicou hoje o Ministério da Saúde israelita, que deu também conta de que 259 pessoas estão nos cuidados intensivos.

Nas últimas 24 horas, Israel contabilizou mais sete mortes, subindo para 430 o total de óbitos no país.

O impacto desta que é considerada localmente como uma segunda vaga da pandemia -- mais forte do que a primeira -- e os seus efeitos na economia tem levado muitos israelitas a protestar nas ruas das principais cidades contra a forma como o Governo de Netanyahu tem estado a gerir a crise sanitária, alterando as medidas a cada poucos dias para evitar a propagação dos contágios.

Segundo dados oficiais, mais de 850.000 pessoas estão sem trabalhar e a taxa de desemprego disparou para 21%, depois dos 4% registados em fevereiro.

Além da precária situação económica, a corrupção que envolve a acusação, já em julgamento num tribunal, a Netanyahu tem exaltado os ânimos dos trabalhadores.

O descontentamento está também, e sobretudo, a atingir os jovens, faixa etária que tem constituído o grosso dos manifestantes.

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