Presidente chinês irá a Washington num "futuro não muito distante"

O presidente norte-americano Donald Trump adiantou hoje que o seu homólogo chinês Xi Jinping irá visitar Washington num "futuro não muito distante", perante as crescentes tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo devido à imposição de tarifas.

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© ROBERTO SCHMIDT/AFP via Getty Images

Lusa
17/03/2025 23:57 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

EUA

"Isso acontecerá num futuro não muito distante", revelou Trump aos jornalistas durante uma reunião do novo conselho de administração do Kennedy Center, um centro cultural famoso da capital Washington.

 

O chefe de Estado norte-americano observou ainda que altos funcionários do governo chinês, "logo abaixo" de Xi, visitarão em breve a capital dos EUA, embora não tenha adiantado nomes ou detalhes sobre possíveis datas.

Trump mencionou a visita de Xi ao referir que recebeu visitas de líderes estrangeiros na Casa Branca nas últimas semanas e perguntou-lhes como estava Washington.

O republicano frisou que está a "limpar Washington", incluindo tentar limpar tendas usadas por sem-abrigo e grafítis.

Na semana passada os meios de comunicação social norte-americanos tinham noticiado que Washington e Pequim iniciaram discussões sobre uma cimeira entre os líderes dos dois países, em junho, nos Estados Unidos.

A imprensa chinesa tinha já sugerido a possibilidade de um encontro em abril.

Também o jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que Trump poderá deslocar-se à China em abril para se encontrar com o homólogo chinês, Xi Jinping.

Desde a vitória do republicano nas presidenciais norte-americanas, em novembro, que Trump e Xi manifestaram interesse na realização de uma cimeira.

Desde a posse de Trump, em janeiro, a administração norte-americana ameaçou, e depois suspendeu, taxas alfandegárias sobre o México e o Canadá, ao mesmo tempo que se comprometeu a punir também a Europa e outros parceiros comerciais.

Até agora, a China é o único país que enfrentou efetivamente aumentos generalizados das taxas decididos por Trump.

A Casa Branca impôs taxas adicionais de 20% sobre todos os bens oriundos da China, citando o papel do país asiático na crise do fentanil nos EUA.

Pequim retaliou rapidamente com taxas próprias, adaptando a resposta para evitar uma escalada das tensões.

Outras ações que estão a ser consideradas pela equipa comercial de Trump incluem restringir o investimento chinês nos EUA e o investimento norte-americano na China, visar indústrias dominadas pela China, como a construção naval, e limitar ainda mais a venda de produtos de alta tecnologia a empresas chinesas.

Trump e Xi já tinham conversado por telefone em janeiro, dias antes da tomada de posse do norte-americano para o seu segundo mandato, numa conversa em que discutiram as relações comerciais e o futuro nos Estados Unidos da rede social TikTok, da empresa chinesa ByteDance.

Donald Trump disse estar aberto a negociar um novo acordo comercial com a China e elogiou Xi repetidamente.

Os dois líderes chegaram a um acordo em 2020 para pôr fim à guerra comercial que prejudicava ambas as economias.

No entanto, as relações bilaterais deterioraram-se com a pandemia de covid-19, que Trump atribuiu à China.

Leia Também: Cessar-fogo? "Estou expectante pelo telefonema com Putin"

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