O Secretário de Segurança Pública do estado de Alagoas, no nordeste brasileiro, explicou que o objetivo da ação é desmantelar um grupo responsável pelos chamados "tribunais criminais", que realizam julgamentos paralelos realizados para punir os membros do próprio PCC.
"O objetivo é desmontar a nova composição da fação sediada no estado de Mato Grosso do Sul, na região centro-oeste do país, de onde saem as ordens de punição para todo o Brasil", explicou o Ministério da Justiça brasileiro, em comunicado.
A operação, chamada "Flashback II", é coordenada pelo Ministério da Justiça, e mobilizou mais de 1.000 polícias, incluindo agentes federais, civis e militares, para cumprir um total de 212 mandados de prisão e de busca e apreensão em 71 cidades, localizadas em 11 dos 27 estados brasileiros.
Segundo as autoridades locais, entre os alvos da operação estão 40 mulheres, cujo "crescente papel" dentro do PCC foi verificado durante as investigações.
Segundo os responsáveis pela organização da operação, as mulheres ocupam cada vez mais "posições de liderança no organograma da organização criminosa" e realizam "rituais" nos julgamentos realizados pela fação.
"As mulheres têm um perfil igualmente violento ao dos homens da fação quando definem os julgamentos realizados nos 'tribunais criminais'", afirmaram as autoridades brasileiras.
Os investigadores identificaram ainda que são as mulheres as responsáveis pela elaboração das "peças finais" desses julgamentos ilegais, que determinam as "condenações ou absolvições" dos "presos" da fação criminosa.
O PCC foi fundado no início dos anos 1990, dentro de uma prisão em São Paulo.
O grupo atua principalmente no tráfico de drogas e armas e age especialmente nas regiões fronteiriças. A fação também é responsável por crimes como roubo de carga e contrabando de combustível.
Este grupo criminoso tenta estabelecer o controlo do narcotráfico, aliando-se a dezenas de outros grupos que compõem a complexa liderança do crime organizado que se expande por todo o Brasil.