Três polícias, atingidos na cara por vidros de janelas partidas, tiveram de ser hospitalizados, referiu a instituição, acrescentando que um total de 133 pessoas foram detidas durante os protestos.
Segundo as estimativas da polícia, cerca de 20.000 pessoas participaram, no sábado, em Berlim, numa manifestação com motivos variados, que juntou "pensadores livres", ativistas anti vacinas, defensores de teorias da conspiração e simpatizantes da extrema-direita.
Os manifestantes, a maioria dos quais não usaram máscaras e não respeitaram a distância física de 1,50 metros regulamentar na Alemanha, fizeram uma marcha em direção ao Portão de Brandenburgo.
A polícia, que apresentou uma queixa contra o organizador do evento por "não ter respeitado as regras de higiene", começou a dispersar os manifestantes no final da tarde, mas centenas deles permaneciam nas ruas no final da noite, perto do Portão de Brandenburgo.
Uma outra manifestação, de caráter antifascista, decorreu no distrito de Neukoelln, no sul da área metropolitana de Berlim, tendo os manifestantes atirado pedras à polícia, lançado fogos de artifício e danificado dois carros da polícia e as instalações de um partido local.
Vários polícias ficaram feridos nesta manifestação, incluindo os três que foram hospitalizados.
Um total de 1.100 polícias foram mobilizados para os locais onde decorriam os protestos.
Hoje, algumas centenas de manifestantes reuniram-se no Portão de Brandenburgo, a maioria das quais com máscara e respeitando o distanciamento físico.
A covid-19 matou, até agora, 9.200 pessoas na Alemanha, mas as autoridades estão alarmadas com a lenta retoma do crescimento do número de infeções.
"Os protestos devem ser possíveis neste período de coronavírus, mas não desta maneira", criticou no sábado o ministro da Saúde, Jens Spahn, sublinhando a necessidade de respeitar as regras de proteção sanitária.
A pandemia já provocou mais de 685 mil mortos e infetou mais de 17,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.