Quase dois meses após as eleições gerais, o líder do partido Fianna Fáil (centro-direita) deveria ser oficialmente eleito primeiro-ministro pela segunda vez pelo Dáil, a câmara baixa do parlamento.
O processo formal, que inclui uma votação parlamentar, deveria ter tido lugar ao meio-dia, mas foi adiado para quinta-feira, embora sem garantias que possa proceder.
Os partidos da oposição recusaram que os deputados independentes que apoiam o futuro governo de coligação tenham tempo de uso da palavra enquanto membros da oposição.
A questão resultou em cenas caóticas, com vários deputados a gritar no hemiciclo, levando a presidente do Dáil, Verona Murphy, a suspender várias vezes a sessão para negociações entre os líderes de bancada, sem resultado.
Em declarações aos jornalistas no exterior do parlamento, Martin considerou o sucedido "inaceitável", afirmando: "O que vimos hoje foi a subversão da Constituição irlandesa".
"As ações da oposição, as ações do Sinn Féin hoje foram desproporcionadas, totalmente desproporcionadas em relação àquilo que estava em causa, que poderia ter sido resolvido", vincou.
Martin, 64 anos, que já foi 'Taoiseach' (primeiro-ministro em gaélico) entre 2020 e 2022, lidera o partido Fianna Fáil, que venceu as eleições gerais de 29 de novembro ao eleger 48 deputados.
O partido derrotou o partido nacionalista de esquerda Sinn Féin (39 deputados) e o outro partido de centro-direita Fine Gael (38 deputados), mas precisou de formar uma coligação para formar governo.
De acordo com o acordo entre os dois partidos, o primeiro-ministro cessante, Simon Harris, 38 anos, que lidera o Fine Gael, deverá voltar a assumir o cargo de primeiro-ministro em novembro de 2027.
A formação do governo é concretizada após a indigitação oficial do primeiro-ministro pelo Presidente Michael D. Higgins.
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