A quarta maior cidade de França vai tornar obrigatório, a partir de quarta-feira, o uso da máscara nos bairros mais movimentados, onde as "medidas de proteção [contra a covid-19] são pouco respeitadas", explicou a câmara municipal de Haute-Garonne.
A decisão foi tomada na sequência de um aumento do número de casos de infeção por coronavírus na região, principalmente entre pessoas com idades entre os 20 e os 30 anos, de acordo com as autoridades de saúde.
Desde segunda-feira, a máscara passou a ser obrigatória ao ar livre em muitas cidades francesas, como Nice (sudeste), Lille (norte) e nas cidades turísticas de Biarritz ou Saint-Malo, na costa oeste.
Em Nice, foram mesmo instalados altifalantes para anunciar a proibição de realizar reuniões.
O Presidente francês, Emmanuel Mácron, viajou hoje para Toulon, no sudeste do país, onde sublinhou a necessidade de continuar a cumprir regras de proteção.
"Ainda estamos no período da doença covid-19 e, portanto, é importante continuar a respeitar os comportamentos de proteção, usando máscara, lavando as mãos regularmente com hidrogel e tendo cuidado", afirmou.
As suas declarações reiteram os avisos do Conselho Científico, responsável por aconselhar as autoridades públicas na gestão da crise ligada à covid-19.
"O vírus está a circular de forma mais ativa, graças a uma acentuada diminuição das regras de distanciamento e proteção: o equilíbrio é frágil e podemos entrar, a qualquer momento, num cenário menos controlado, como o de Espanha, por exemplo", alertou o Conselho Científico.
"A França está numa situação controlada, porém frágil", acrescentou o Conselho, considerando "altamente provável que se registe uma segunda onda epidémica no outono ou no inverno".
Desde o final de julho, a barreira de 1.000 novos casos de covid-19 por dia foi excedida no país.
O novo coronavírus matou 30.294 pessoas em França desde o início da epidemia.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 694 mil mortos e infetou mais de 18,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.