República Dominicana nega que ex-rei Juan Carlos tenha entrado no país

A Direção de Migrações da República Dominicana negou hoje que o rei emérito de Espanha Juan Carlos tenha entrado no país, "contrariamente" às alegações da imprensa espanhola.

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Lusa
04/08/2020 19:33 ‧ 04/08/2020 por Lusa

Mundo

Juan Carlos

Por seu lado, fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros dominicano, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP), indicou não ter "qualquer informação" quanto a uma eventual estada do rei emérito espanhol no país.

Hoje de manhã, a imprensa espanhola noticiou que Juan Carlos estaria na República Dominicana, para onde se teria deslocado depois de avisar o filho, o rei Filipe VI, que decidiu morar fora do país.

Apesar de o Palácio Real ter anunciado, na segunda-feira, a decisão de Juan Carlos de sair do país, a imprensa não avançou qualquer informação sobre o destino de Juan Carlos, tendo-se especulado que o rei emérito espanhol poderia ir viver para o Estoril, em Portugal.

Toda a imprensa espanhola dá como certo que o monarca, alvo de uma investigação por corrupção, já deixou o território na segunda-feira, embora nem o Palácio Real nem o Governo o tenham confirmado.

A primeira página do portal do diário espanhol ABC, favorável à monarquia, diz hoje que Juan Carlos, de 82 anos, visitou a República Dominicana, tendo o El Mundo e o La Vanguardia acrescentado que o rei emérito pretende ficar uns tempos com os amigos naquele país das Caraíbas.

Mas o jornal 'online' El Confidencial escreve que Juan Carlos poderá preferir viver em Portugal, onde passou a primeira infância, ou em França ou Itália, onde tem família.

O Palácio Real recusa comentar as especulações, depois de ter publicado uma carta de Juan Carlos ao seu filho Felipe VI, na qual anunciou a sua decisão de se afastar de Espanha para ajudá-lo a "exercer as suas responsabilidades".

Na carta, Juan Carlos diz que pretende facilitar o exercício das funções de Filipe VI, pelo que deixará de viver no Palácio da Zarzuela e sai de Espanha, perante "a repercussão pública" de "certos eventos do passado".

A decisão de Juan Carlos acontece quatro meses depois de Filipe VI ter privado o seu pai de uma subvenção pública de quase 200.000 euros anuais, enquanto renunciava a qualquer herança que pudesse corresponder às suas contas no estrangeiro.

Juan Carlos viu-se envolvido numa investigação judicial, desde o verão de 2018, quando agentes da polícia suíça foram enviados por um juiz para analisar as contas de uma empresa gestora de fundos alegadamente ilegais em paraísos fiscais, onde o rei emérito tem investimentos pessoais.

O antigo rei de Espanha não está a ser investigado, mas fontes judiciais suíças já disseram que pode vir a sê-lo num futuro próximo, embora a lei exija que apenas o departamento fiscal do Supremo Tribunal possa assumir o caso.

A investigação está na fase que pode determinar se há indícios suficientes para poder acusar Juan Carlos de ter cometido algum delito, desde que deixou o trono. Os seus advogados já disseram que o rei emérito continuará a colaborar com a justiça, apesar da decisão de sair de Espanha para viver noutro país.

 

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