Justiça francesa abre investigação a ataque que matou franceses no Níger

O sistema judicial francês abriu uma investigação ao ataque de domingo ocorrido a sudeste da capital do Níger, no qual foram mortas oito pessoas, seis das quais francesas.

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Lusa
10/08/2020 12:50 ‧ 10/08/2020 por Lusa

Mundo

Níger

 

A Procuradoria Nacional Anti-Terrorista disse hoje, citada pela agência EFE, que serão investigadas acusações de homicídios terroristas e terrorismo.

As investigações serão realizadas pela Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI, os serviços secretos) em associação com a Subdireção Anti-Terrorista da Polícia Nacional (SDAT).

O sistema judicial francês lança automaticamente procedimentos quando cidadãos franceses são envolvidos como vítimas em catástrofes ou ataques.

O ataque teve lugar no domingo de manhã, quando sete membros da associação humanitária francesa Acted que trabalhavam no Níger, acompanhados por um guia turístico, viajavam de Niamey para uma reserva natural na região de Kouré, onde vivem as últimas girafas em liberdade naquela parte de África.

A associação disse, numa declaração, que os oito foram mortos "de uma forma cobarde e sem sentido" por um grupo de homens armados.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, que descreveu os acontecimentos como "um ataque", assegurou que todos os meios disponíveis seriam utilizados para esclarecer as circunstâncias em que ocorreu, segundo uma declaração divulgada pelo Palácio do Eliseu.

Macron, que presidirá amanhã a um conselho de defesa sobre o ataque, reafirmou também, juntamente com o Presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, a sua "determinação em prosseguir a luta comum contra os grupos terroristas no Sahel".

A Ministra da Defesa francesa, Florence Parly, explicou na sua conta do Twitter que os militares franceses envolvidos na Operação Barkhane estão a participar na busca dos "assassinos" a pedido do Níger.

A França tem 5.100 militares destacados no Sahel como parte da missão Barkhane para combater os grupos 'jihadistas' presentes na área, apoiando as operações das forças locais e internacionais.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês insistiu no seu desejo de assegurar o respeito pelo "imperativo de proteger os trabalhadores humanitários e de saúde".

Embora nenhum grupo tenha reivindicado a responsabilidade pelo ataque, o mesmo apresenta muitas semelhanças com atos perpetrados pelos grupos 'jihadistas' em toda a região do Sahel contra cidadãos ocidentais.

 

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