"A (empresa) Scale Capital SA (SC) anuncia hoje que dará início ao serviço de televisão por satélite na Venezuela. Após negociações, a SC chegou a acordo com a DirecTV e o serviço será prestado utilizando a infraestrutura instalada na Venezuela", explica num comunicado.
O documento, publicado na Internet web diz ainda que a SC "está a concluir a compra das ações" das empresas venezuelanas associadas à DirecTV, a Galaxy Entertainment de Venezuela SAT III R CA e a Galaxy Entertainment de Venezuela CA, uma vez "cumpridos todos os requisitos estabelecidos na legislação venezuelana".
A SC informa que o serviço de televisão será presidido por Alexander Elorriaga e que "a ativação das operações conta o visto bom do Governo da República Bolivariana da Venezuela e será gratuito durante os primeiros 90 dias".
"O acordo permite prestar o serviço de maneira imediata a mais de 2 milhões de famílias que foram assinantes da DirecTV Venezuela", explica.
No comunicado o diretor-geral do grupo Scale Capital, Jacopo Bracco, diz estar "muito otimista" com o lançamento do novo serviço e agradece o apoio de todas as partes, "em particular do Governo da Venezuela e da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel)".
Entretanto, a Conatel anunciou, através da rede social Twitter que "a DirecTV, através da empresa Scale Capital, restituiu o sinal da televisão por assinatura, cumprindo com as disposições legais ditadas pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela".
Segundo a empresa, para reativar o serviço, os antigos clientes precisam ter os seus descodificadores ligados e com a antena devidamente orientada, um processo que demorará aproximadamente seis horas.
Desde quinta-feira que vários clientes disseram, através das redes sociais, estar a visualizar de novo o guia de canais de televisão da DirecTV mas que não podiam ver as emissões e que o a listagem não incluía os canais locais Globovisión e Pdvsa TV, sancionados pelos EUA.
No passado dia 19 de maio, mais de 2,5 milhões de famílias venezuelanas ficaram sem o serviço de televisão por satélite da DirecTV, devido a uma decisão da norte-americana AT&T de suspender esse tipo de serviço na Venezuela.
A decisão, segundo a AT&T, esteve relacionada com a imposição de sanções pelos Estados Unidos contra o Governo venezuelano e o cumprimento da licença local de operação, que exige que sejam transmitidos os canais Globovisión e Pdvsa, sancionados por Washington.
A suspensão, que afetou pelo menos dez milhões de pessoas, apanhou os venezuelanos de surpresa, tendo os portugueses que residem no país ficado privados da emissão internacional do canal público português RTPi.
No dia 22 de maio, o STJ ordenou a apreensão imediata de todos os bens móveis e imóveis da DirecTV local, proibiu os membros da direção da empresa de deixarem o território da Venezuela e de transferirem as suas contas bancárias para o estrangeiro. Os diretores locais foram depois detidos pelas autoridades.
O serviço da DirecTV representa 45% do mercado de televisão por subscrição na Venezuela.
Em 30 de maio, o Presidente Nicolás Maduro congratulou-se com a suspensão dos serviços da DirecTV e prometeu aos venezuelanos melhores e mais sofisticados sistemas televisivos no país.