O maior foco de infeções está na Igreja Sarang Jeil, em Seul, liderada por um pastor conservador controverso que também é uma figura importante nos protestos contra o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
Um total de 315 casos ligados à igreja foram registados até agora, segundo as autoridades sul-coreanas, e cerca de 3.400 membros desta congregação foram colocados em confinamento.
Cerca de um em cada seis fiéis testou positivo para o coronavírus, disse o vice-ministro da Saúde sul-coreano, Kim Gang-lip.
Uma lista de membros fornecida pela igreja foi considerada "imprecisa", disse o vice-ministro, tornando a rastreamento e o isolamento "muito difíceis".
Até agora, a Coreia do Sul tinha conseguido controlar a epidemia do novo coronavírus, que causa a covid-19, por meio de uma estratégia muito extensa de testar e rastrear os contatos dos infetados, sem impor um confinamento obrigatório.
A Igreja de Jesus Shincheonji, ligada a cerca de 5.000 casos de covid-19, esteve no centro do surto de fevereiro da epidemia de coronavírus no país.
Neste fim de semana, o líder da Igreja Sarang Jeil, Jun Kwang-hun, foi um dos oradores que se dirigiu a milhares de manifestantes que protestavam contra o Governo de centro-esquerda de Moon, apesar dos apelos para evitar grandes aglomerações devido ao novo coronavírus.
O Ministério da Saúde e as autoridades de Seul entraram com duas queixas distintas contra Jun, acusando-o de dificultar deliberadamente os esforços para lidar com a epidemia.
O país registou hoje 197 novos casos da doença, elevando o número nacional desde o início da epidemia em fevereiro para 15.515 pessoas infetadas pelo novo coronavírus.
Este é o quarto dia consecutivo em que mais de cem infeções pelo vírus são contabilizadas, após várias semanas em que os números oscilaram entre trinta e quarenta.
Neste fim de semana, os governos de Seul e da província vizinha de Gyeonggi -- que conta com quase metade da população da Coreia do Sul - aumentaram as restrições e proibiram as reuniões religiosas após o surgimento de novos casos, aumentando o temor de uma segunda onda da epidemia.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 766 mil mortos e infetou mais de 21,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.