Israel/Emirados: EAU nega que acordo tenha como alvo o Irão

O vice-ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, negou hoje que o estabelecimento de relações diplomáticas com Israel tenha como alvo o Irão e condenou as "ameaças" de Teerão após o anúncio do acordo.

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Lusa
17/08/2020 10:00 ‧ 17/08/2020 por Lusa

Mundo

Anwar Gargash

 

"O tratado de paz entre os Emirados e Israel é uma decisão soberana que não é dirigida ao Irão. Dizemos e repetimos. Não aceitamos interferências nas nossas decisões, assim como rejeitamos ameaças", disse Gargash, citado pela agência EFE.

Anwar Gargash defendeu que o acordo com Israel é uma decisão "estratégica" que visa ser "transformadora" e ter um "impacto", em particular quando se trata de melhorar a posição e competitividade dos Emirados Árabes Unidos (EAU) no futuro.

O Presidente iraniano, Hasan Rohaní, classificou no sábado o tratado de paz entre os Emirados e Israel um "ato errado e uma traição aos muçulmanos", enquanto os Guardiões da Revolução alertaram que a reaproximação entre os dois "prepara um futuro perigoso para os Estados Unidos e os apoiantes do acordo".

Alguns especialistas e analistas argumentam que o objetivo do acordo é formar "um bloco para enfrentar o inimigo comum, Teerão".

O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou em 13 de agosto que Israel e os Emirados Árabes Unidos concordaram em estabelecer relações diplomáticas, como parte de um acordo abrangente pelo qual as autoridades israelitas paralisarão a anexação do território palestino ocupado.

Os Emirados Árabes Unidos tornam-se assim o terceiro país árabe a estabelecer relações diplomáticas plenas com Israel, depois do Egito (1979) e Jordânia (1994), enquanto os israelitas também abordaram posições nos últimos tempos com outros Estados do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita e Bahrein.

Os EAU e Israel deverão assinar nas próximas três semanas, em Washington, um acordo para normalizar as suas relações.

Segundo os Emirados, o acordo foi alcançado "para encerrar qualquer anexação adicional de territórios palestinianos", mas o primeiro-ministro israelita indicou que o pacto terá apenas o efeito de "adiar" os planos israelitas de anexar partes da Cisjordânia.

O projeto de normalização das relações entre Israel e as nações do Golfo, como o Bahrein, a Arábia Saudita e os Emirados, é um dos aspetos do plano da administração norte-americana de Donald Trump para o Médio Oriente, saudado pelos israelitas, mas rejeitado pelos palestinianos.

O plano prevê também a anexação por Israel do vale do Jordão e de colonatos na Cisjordânia, considerados ilegais pela lei internacional.

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