"news_bold">"O tratado de paz entre os Emirados e Israel é uma decisão soberana que não é dirigida ao Irão. Dizemos e repetimos. Não aceitamos interferências nas nossas decisões, assim como rejeitamos ameaças", disse Gargash, citado pela agência EFE.
Anwar Gargash defendeu que o acordo com Israel é uma decisão "estratégica" que visa ser "transformadora" e ter um "impacto", em particular quando se trata de melhorar a posição e competitividade dos Emirados Árabes Unidos (EAU) no futuro.
O Presidente iraniano, Hasan Rohaní, classificou no sábado o tratado de paz entre os Emirados e Israel um "ato errado e uma traição aos muçulmanos", enquanto os Guardiões da Revolução alertaram que a reaproximação entre os dois "prepara um futuro perigoso para os Estados Unidos e os apoiantes do acordo".
Alguns especialistas e analistas argumentam que o objetivo do acordo é formar "um bloco para enfrentar o inimigo comum, Teerão".
O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou em 13 de agosto que Israel e os Emirados Árabes Unidos concordaram em estabelecer relações diplomáticas, como parte de um acordo abrangente pelo qual as autoridades israelitas paralisarão a anexação do território palestino ocupado.
Os Emirados Árabes Unidos tornam-se assim o terceiro país árabe a estabelecer relações diplomáticas plenas com Israel, depois do Egito (1979) e Jordânia (1994), enquanto os israelitas também abordaram posições nos últimos tempos com outros Estados do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita e Bahrein.
Os EAU e Israel deverão assinar nas próximas três semanas, em Washington, um acordo para normalizar as suas relações.
Segundo os Emirados, o acordo foi alcançado "para encerrar qualquer anexação adicional de territórios palestinianos", mas o primeiro-ministro israelita indicou que o pacto terá apenas o efeito de "adiar" os planos israelitas de anexar partes da Cisjordânia.
O projeto de normalização das relações entre Israel e as nações do Golfo, como o Bahrein, a Arábia Saudita e os Emirados, é um dos aspetos do plano da administração norte-americana de Donald Trump para o Médio Oriente, saudado pelos israelitas, mas rejeitado pelos palestinianos.
O plano prevê também a anexação por Israel do vale do Jordão e de colonatos na Cisjordânia, considerados ilegais pela lei internacional.