O ministro da Saúde libanês, Hamad Hassan, alertou que o número real de casos de covid-19 no país pode ser muito maior do que o anunciado.
Após uma reunião hoje com autoridades médicas, que exigiram outro confinamento de duas semanas, o ministro pediu a todos que usassem máscara, dizendo que o vírus agora se espalhou por todas cidades e quase todas as localidades do Líbano.
"É uma questão de vida ou morte", disse Hassan, acrescentando que em breve os hospitais públicos e privados podem não ser capazes de receber mais pacientes.
O ministro pediu a todos os emigrantes ou estrangeiros que viajem para o Líbano que não deixem os seus hotéis até que sejam testados. As pessoas que viajarem para o Líbano deverão fazer o teste antes e depois chegarem ao país.
Hassan também pediu hospitais de campanha e disse que alguns hospitais públicos tratarão exclusivamente de pacientes com vírus.
Já era esperado que o número de infetados pelo novo coronavírus aumentasse após a explosão de quase 3.000 toneladas de nitrato de amónio armazenados no porto de Beirute, que ocorreu em 04 de agosto, e deixou cerca de 180 mortos e mais de 6.000 feridos.
A explosão atingiu vários hospitais da cidade e provocou graves danos em dois que tinham um papel fundamental no tratamento dos casos de covid-19.
Antes deste aumento repentino, as autoridades médicas alertaram sobre os perigos de aglomerações nos hospitais após a explosão, em funerais ou de pessoas que verificavam os escombros dos edifícios.
Protestos e manifestações também eclodiram após a explosão, com os libaneses a expressarem a sua raiva contra a classe dominante e a má administração de décadas no país.
Inicialmente, medidas rígidas mantiveram o número de casos sob controlo no Líbano, mas as infeções aumentaram depois de o confinamento e o recolher obrigatório serem suspensos e de o único aeroporto internacional do país ter reaberto no início de julho.
No domingo, o Líbano registou 439 novos casos de vírus e seis mortes. As novas infeções elevaram para 8.881 o número total de casos no país, de cinco milhões de habitantes, onde a covid-19 já matou 103 pessoas.
A agência da ONU para refugiados palestinianos (UNRWA) anunciou que quatro palestinianos morreram do vírus no fim de semana, dobrando para oito o número de mortos até agora nos campos de refugiados.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 766 mil mortos e infetou mais de 21,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.