Segundo a governante, foram já efetuados cerca de 27 mil testes de diagnóstico do novo coronavírus nas prisões, registando-se uma taxa de 44% de positivos. Contudo, a meta do governo é testar toda a população prisional do país, que tem mais de 90.000 pessoas encarceradas em 68 estabelecimentos, bem como os 11 mil guardas e funcionários prisionais.
"Fizemos cerca de 27 mil testes até à data e temos 12.294 pessoas infetadas. Os nossos objetivos são três: testes, mas também tratamento farmacológico e observação clínica", afirmou a ministra à RPP News, citada pela EFE.
Ana Neyra tem acompanhado o processo de testagem nas prisões, que já chegou à prisão de Lurigancho, que detém o maior número de prisioneiros em toda a América Latina, com mais de 9.300 presos e aproximadamente 700 funcionários.
Situado na capital Lima, este estabelecimento prisional serviu de modelo para outras prisões do país com a estratégia empreendida pelo Instituto Penitenciário Nacional (Inpe) de formar os próprios reclusos para identificar possíveis casos de covid-19 e encaminhá-los para a área médica. Lurigancho acolhe também um hospital provisório para evitar a transferência de reclusos doentes para os hospitais.
"Um dos objetivos é a realização dos testes, mas também temos trabalhado no tratamento. Dentro das prisões, temos reclusos capacitados para detetar casos para prevenir a propagação. É nisto que estamos a trabalhar", explicou Neyra.
Até à primeira semana de junho tinham morrido 212 presos e 15 guardas prisionais devido ao SARS-CoV-2. Apesar do anúncio de vários óbitos nos estabelecimentos prisionais nas últimas semanas, as autoridades peruanas não voltaram a atualizar os números a nível nacional.
O Peru é o sexto país do mundo e o segundo da América Latina (apenas atrás do Brasil) com mais casos confirmados de covid-19, com totais acumulados acima das 576 mil infeções e 27 mil mortes, registando ainda uma das mais altas taxas de mortalidade a nível mundial.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 800 mil mortos e infetou mais de 23 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.