"Sabemos que os números estão a aumentar e queremos convencer os habitantes que cada um de nós é a solução. A ideia é antecipar, daí a importância da realização de testes e a instalação de tendas em espaços muito específicos [na cidade] vão nesse sentido", afirmou à Lusa Hermano Sanches Ruivo, vereador da câmara de Paris.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou hoje que a utilização da máscara se generalizaria na capital e o executivo camarário indicou que essa ordem entrará em vigor já a partir de sexta-feira, às 08:00 (07:00 em Lisboa).
Ao mesmo tempo que o primeiro-ministro falava ao país, a autarquia explicava aos presidentes de cada um dos 20 bairros esta e outras novas medidas. Decisões que, segundo o vereador de origem portuguesa com a pasta da Europa, são "uma mistura de vontades", entre o presidente da câmara, Estado e os eleitos locais.
"A decisão é uma mistura de vontades, estamos no regresso de férias, os números vão todos no mesmo sentido, temos máscaras e estamos mais preparados que há seis meses. A nossa preocupação é agora a despistagem", reforçou, indicando que junto aos canais do Sena, muito frequentados, vão ser instaladas tendas onde será possível testar se se tem ou não o vírus.
Outra aposta da autarquia parisiense é a distribuição de máscaras gratuitas laváveis aos jovens com mais de 11 anos, obrigados a utilizar máscara nas escolas básicas e liceus no regresso as aulas a partir de 01 de setembro.
"O nosso foco é sobre escolas e centros que acolhem jovens, onde haverá uma distribuição gratuita", indicou o autarca.
Com uma densidade populacional de 20 mil habitantes por quilómetro quadrado, Paris está atualmente classificada como zona vermelha, mas dificilmente tem comparação com outras regiões em França.
"Paris é a cidade com maior densidade populacional em França e na Europa, está ao nível das cidades japonesas. Por isso, não faz sentido comparar Paris com outras cidades. Já para não falar dos milhões que vêm trabalhar todos os dias para a capital", concluiu Hermano Sanches Ruivo.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 826 mil mortos e infetou mais de 24,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.