Barco de Banksy pede ajuda urgente após resgatar 219 migrantes

O barco humanitário Louise Michel, financiado pelo artista de arte urbana britânico Banksy, revelou que se encontra no máximo da capacidade e não consegue deslocar-se, após o resgate de 219 migrantes e um corpo e pediu ajuda urgente.

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© Reuters 

Lusa
29/08/2020 10:46 ‧ 29/08/2020 por Lusa

Mundo

Bansky

Segundo explicou a tripulação na rede social Twitter, na última operação, no barco que resgataram de noite encontraram um migrante morto a bordo e as restantes pessoas, que estiveram no mar vários dias, sofrem queimaduras por combustível.

Louise Michel, que ostenta bandeira alemã, alega que está no máximo da capacidade, que dos migrantes resgatados 33 permanecem ainda na barcaça e que, devido ao peso, não pode mover-se e precisa de "ajuda imediata".

A embarcação de 31 metros tem uma tripulação de 10 pessoas e durante a manhã de sexta-feira resgatou outras 89 pessoas em perigo, num bote.

A tripulação contactou várias agências de resgate europeias na Alemanha, Malta e Itália, que até ao momento ignoraram as chamadas de emergência.

O veleiro Astral, da Organização Não Governamental (ONG) espanhola Open Arms, que também se encontra na zona, levou já alguns víveres ao Louise Michel.

O barco, que tem o nome da anarquista e feminista francesa do século XIX Louise Michel, encontra-se a cerca de 90 milhas da ilha italiana de Lampedusa.

Zarpou há alguns dias do porto de Burriana, em Espanha, graças a uma doação de Banksy, que também decorou o barco, pintando-o de rosa e com a imagem de uma menina com um colete salva-vidas e que segura um salva-vidas em forma de coração.

Este barco junta-se ao Sea Watch 4, operado pela ONG homónima alemã e pelos Médicos Sem Fronteiras, que há seis dias resgatou 201 migrantes e que espera ainda uma decisão das autoridades italianas e maltesas para poder desembarcar.

Por outro lado, frente a Malta, o navio mercante Etienne continua sem autorização para desembarcar as 27 pessoas resgatadas há 22 dias.

Entre 22 e 24 de agosto, o Sea Watch 4 resgatou os migrantes que se encontravam em três barcaças.

Nos últimos dias teve de pedir a evacuação médica urgente de um adolescente com graves queimaduras por combustível.

Na sexta-feira, também zarpou de Espanha o outro barco da Open Arms para se juntar aos trabalhos de resgate no Mediterrâneo central.

A ministra italiana do Interior, Luciana Lamorgerse, afirmou durante uma entrevista publicada hoje pelo diário La Republica que, apesar de ainda haver uma tendência crescente dos desembarques, em comparação com 2019, os números atuais não representam uma emergência.

"Basta fazer uma comparação com 2011, o ano das primaveras árabes, em que cerca de 30.000 tunisinos chegaram a Itália, enquanto agora chegaram 8.000 desde o início do ano", acrescentou.

A ministra alegou que as "dificuldades logísticas" estão relacionadas com as medidas de profilaxia sanitária estabelecidas para a pandemia de covid-19.

O Ministério do Interior italiano, que atualiza diariamente os dados, informou que até sexta-feira desembarcaram 17.985 migrantes, dos quais 7.067 em julho e 3.968 em agosto.

 

 

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