"A possibilidade de chegar a um acordo [de cessar-fogo e troca de prisioneiros] está mais próxima do que nunca, se o inimigo deixar de impor novas condições", afirmaram os três grupos palestinianos, numa rara declaração conjunta, depois de se terem reunido no Cairo (Egito), esta sexta-feira à noite.
Os três grupos palestinianos sublinharam "o empenho de todos em pôr fim à guerra" em Gaza, desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita em 7 de outubro de 2023.
As negociações indiretas realizadas na semana passada no Qatar entre Israel e o Hamas, mediadas por Doha e pelo Egito, reacenderam as esperanças de um acordo sobre as tréguas e a libertação dos reféns em Gaza.
Um responsável do Hamas disse hoje à agência de notícias francesa AFP que as conversações tinham feito "progressos significativos e importantes" nos últimos dias.
"A maior parte dos pontos relativos ao cessar-fogo e à troca de prisioneiros foram acordados", disse, sob condição de anonimato.
"Outros pontos continuam a ser discutidos, mas não põem em causa o processo", acrescentou.
"O acordo poderá ser concluído antes do final do ano se [o primeiro-ministro israelita Benjamin] Netanyahu não impuser novas condições".
O ataque de 7 de outubro de 2023 causou a morte de 1.208 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas e incluindo os reféns que morreram ou foram mortos em cativeiro na Faixa de Gaza.
Nesse dia, 251 pessoas foram raptadas em solo israelita, 96 das quais permanecem reféns em Gaza, incluindo 34 declaradas mortas pelo exército.
Mais de 45.000 palestinianos foram mortos na campanha militar de retaliação de Israel no território palestiniano, a maioria dos quais civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas para Gaza, considerados fiáveis pela ONU.
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