"A República Argentina condena energicamente o ataque da Federação Russa hoje, 20 de dezembro, contra a capital ucraniana, Kyiv, que causou danos materiais à embaixada do nosso país e a outras representações diplomáticas na capital", lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros argentino.
Para o governo de Javier Milei, "este ataque constitui uma grave violação do direito internacional, que garante a inviolabilidade das missões diplomáticas".
"Condenamos firmemente qualquer ato que ponha em perigo a segurança do pessoal diplomático e dos civis e apelamos à cessação imediata das hostilidades e ao respeito pelas normas internacionais", acrescenta o comunicado.
A Rússia voltou hoje a atacar o centro de Kyiv, com cinco mísseis balísticos norte-coreanos e de fabrico russo, num ataque que o Kremlin considerou ser uma retaliação ao último ataque ucraniano com dez mísseis ATACMS e Storm Shadow na quarta-feira.
O bombardeamento combinado causou danos em cinco bairros da capital ucraniana. Numa dessas zonas, junto do estádio olímpico de Kyiv, um edifício de escritórios, instalações comerciais e um hotel ficaram gravemente danificados, segundo as autoridades ucranianas.
Segundo o porta-voz da diplomacia ucraniana, Heorhii Tykhyi, as instalações das missões diplomáticas registaram "janelas partidas, portas danificadas e fragmentos do teto destruídos", num ataque que deve servir de "lembrete da agressão bárbara da Rússia contra a Ucrânia, particularmente para as populações destes países".
Entre as representações afetadas estão ainda as da Albânia, Macedónia do Norte, Montenegro e Palestina.
O Governo português condenou de maneira "veemente os ataques desta madrugada", que "causaram danos materiais em diversas missões diplomáticas, incluindo a chancelaria da embaixada de Portugal", referiu um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgado hoje de manhã.
O Palácio das Necessidades acrescentou que um representante da Federação Russa "foi já chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que seja apresentado um protesto formal junto" de Moscovo.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.
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