Historiador alerta para "terrível" situação de mulheres em Cabo Delgado

O historiador moçambicano Yussuf Adam alertou hoje que há centenas de mulheres que são as maiores vítimas do conflito que já matou mais de mil pessoas, em Cabo Delgado, norte do país, considerando que vivem numa situação "terrível".

Notícia

©

Lusa
01/09/2020 19:22 ‧ 01/09/2020 por Lusa

Mundo

Moçambique

"Quem está a sofrer com esta guerra são as mulheres, é horrível o que nós ouvimos todos os dias", disse Yussuf Adam.

O académico falava hoje numa conferência 'online' intitulada "Impasse militar: atores e estratégias", encontro que debateu a violência armada na província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.

Segundo Yussuf Adam, pesquisador desde a década de 1970 e que tem centrado os seus estudos na província, são vários os relatos de mulheres que desapareceram após incursões dos grupos armados e suspeita-se que algumas delas sejam usadas como "escravas sexuais".

"Há pelo menos 700 mulheres que já foram levadas para o mato por esses insurgentes e são usadas como escravas sexuais e para agricultura", afirmou o académico.

"É uma coisa que é terrível e não é falada", frisou o docente da Universidade Eduardo Mondlane.

A província de Cabo Delgado é alvo de ataques por grupos armados desde outubro de 2017, que já causaram a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de várias infraestruturas.

De acordo com a Organização das Nações Unidas, a violência armada levou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.

Algumas das ações foram reivindicadas pelo grupo extremista islâmico Estado Islâmico.

 

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas