O jornal francês Liberátion dedica a capa de amanhã, quarta-feira, ao início do julgamento dos acusados do atentado à redação do jornal satírico Charlie Hebdo, pedindo justiça "por eles, por nós e pela História".
O diário, que acolheu os sobreviventes na sua própria redação, para que pudessem continuar a trabalhar, relembra as 17 vítimas de um atentado "que traumatizou a França" e fala de um julgamento fora do normal, a que o país estará atento.
Sublinhe-se que o ataque ao jornal satírico terminou com 12 mortes, mas em causa está também o ataque a um supermercado, que também terão sido coordenados com os autores materiais do ataque ao Hebdo, elevando o número de vítimas mortais para 17.
O processo do Charlie Hebdo vai começar esta quarta-feira no Tribunal de Paris e julgar 14 pessoas consideradas como cúmplices neste ataque, já que os irmãos Kouachi, autores materiais do ataque, foram abatidos pela polícia alguns dias após o crime.
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— Libération (@libe) September 1, 2020
No dia 7 de janeiro de 2015, mesmo sob fortes medidas de segurança policial, os irmãos Kouachi conseguiram entrar na redação do Charlie Hebdo, matando 12 pessoas.
Entre os mortos estavam Charb, o então diretor da publicação, e outros cartoonistas como Cabu, Honoré, Tignous e Wolinski.
Os ataques perpetrados por Amedy Coulibaly, nos dias que se seguiram ao atentado ao Charlie Hebdo, também terão sido coordenados com os irmãos Kouachi e terminaram com a morte de uma polícia em Montrouge, nos arredores da capital, e a morte de outras quatro pessoas num supermercado, também à volta de Paris.