Divisão de Reino Unido sobre Portugal deixa turistas confusos

Governo britânico é acusado de falta de "clareza".

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Sílvia Abreu
04/09/2020 07:50 ‧ 04/09/2020 por Sílvia Abreu

Mundo

Pandemia

A possível (nova) exclusão de Portugal do corredor aéreo com o Reino Unido tem gerado confusão no setor do turismo. Desde o início desta semana que se tem falado da grande probabilidade de o país luso ser retirado da lista de 'países seguros' devido ao aumento de número de casos. 

"É muito provável que seja adicionado à lista de quarentena a partir do dia 5 de setembro", dizia Paul Charles na segunda-feira, fundador da PA agency (empresa líder de viagens no Reino Unido), que, nas últimas três semanas, tem previsto corretamente as revisões do governo.

Após muita tinta correr nos jornais britânicos e portugueses, sobre a expectável saída, o ministro da saúde inglês reforçou a possibilidade de ser novamente imposta a quarentena, mas referiu que a decisão só seria divulgada na sexta-feira. Com essa informação, ficou um aviso dado aos cidadãos. 

"As pessoas só devem viajar se estiverem preparadas para fazer quarentena se o vírus aumentar quando estiverem nesse país", alertava. 

Tal incerteza levou os cidadãos britânicos - que se encontravam em Portugal - a comprar voos e a antecipar o seu regresso, esgotando os voos de solo português para o britânico em diversas companhias aéreas.

Ao fim do dia de quinta-feira,  o ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, afirmou que Portugal e Grécia continuavam na lista de países seguros de Inglaterra, apesar da especulação de que seriam retirados. Já o País de Gales e a Escócia - governos autónomos - seguiram outro caminho e optaram por retirar Portugal do 'corredor aéreo'. 

Tal incerteza gerou confusão no setor turístico, que acusou o governo britânico de não fornecer "clareza". A indústria de viagens refere ainda que os turistas ficaram "completamente confusos" com as diferentes abordagens.

Especialistas do setor apontam que a abordagem do governo britânico está a falhar. "A política de quarentena está um farrapo e a dividir o Reino Unido", disse Paul Charles, em declarações à Sky News.

Para quem decidiu arriscar e viajou até Portugal assim que foi dada 'luz verde', o sentimento é de "injustiça". "É muito injusto porque as pessoas parece que estão sob prazo", afirmou Derek. 

"Eles não tornam as coisas claras. Disseram que para estar no corredor, os países precisam de ter uma taxa abaixo dos 20, em Portugal subiu esta semana... porque não haveríamos de achar que entraria na lista de 'países de risco'?", argumenta Kelly Jones.

Recorde-se que a decisão do Reino Unido de adicionar ou remover um país da lista de 'países seguros' é feita após uma análise do Centro de Biossegurança Comum, que usa como indicador principal a referência de 20 casos por 100 mil habitantes em sete dias, mas que também tem em consideração outros fatores, como prevalência, nível, taxa de mudança de casos positivos confirmados. Esta semana, Portugal ultrapassou essa taxa.

Confira aqui a lista de países considerados seguros pelo país britânico.

 

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