Bento XVI, de origem alemã e nascido como Josef Ratzinger, tornou-se então o primeiro Papa a renunciar em sete séculos de história, após oito anos de um pontificado minado por uma crise profunda, quando se aproximava dos 86 anos.
Deixou a sua cadeira de líder da Igreja Católica para o argentino Jorge Bergoglio, 10 anos mais jovem, que se tornou no único papa eleito sob o nome de Francisco, sem algarismos romanos.
Nascido em 16 de abril de 1927, Bento XVI destronou ontem, sexta-feira, em longevidade o Papa italiano Leão XIII, que morreu aos 93 anos em 1903, segundo cálculos do jornal episcopal italiano Avvenire e da revista Famiglia Cristiana.
"34.111 dias ao serviço de Deus, do mundo e da comunidade eclesial", escreveu a Famiglia Cristiana, citado pela AFP.
A dúvida sobre este recorde de longevidade reside em saber se o bávaro Josef Ratzinger, com seu estatuto de Papa aposentado, deve ainda fazer parte desse "ranking".
O recordista anterior, Leão XIII, um aristocrata italiano nascido em 2 de março de 1810, é conhecido por ter escrito a primeira encíclica dedicada aos problemas sociais.
Ao contrário do curto pontificado de Bento XVI, o italiano liderou a Igreja Católica por mais de 25 anos, chegando depois de Pio IX (1846-1878, ou 31 anos) e João Paulo II (1978-2005, ou 26 anos)
Isto sem esquecer o primeiro Papa, Pedro, (30-64 ou 67), cujo pontificado teria durado pelo menos 34 anos, segundo o historiador francês Christophe Dickès.
O papa "emérito" Bento XVI, residente num mosteiro do Vaticano, com o auxílio de uma cadeira de rodas, parece cada vez mais enfraquecido. Autor de uma centena de livros, não está contudo diminuído intelectualmente, de acordo com o relato dos seus parentes.
Bento XVI visitou a Baviera em junho de 2020 para estar ao lado do leito de seu irmão de 96 anos, muito doente, Georg, de quem era muito próximo, o qual morreu 10 dias depois de sua visita em 01 de julho.
Ambos foram ordenados sacerdotes no mesmo dia, em junho de 1951.