"As quantidades de água [que caíram na sexta-feira, sábado e domingo] representam três meses de precipitação", disse o chefe de Estado senegalês, sem avançar quaisquer números.
"A água abundante também tem sobretudo consequências em termos de saneamento", mas "onde quer que tenham sido feitos investimentos com obras estruturais, seja qual for a quantidade de água caída, esta água foi evacuada", assegurou Macky Sall, que falava após uma reunião governamental dedicada a esta catástrofe natural.
Sall anunciou a continuação do plano decenal de controlo de inundações, com um orçamento de mais de 750 mil milhões de FCFA (1,140 mil milhões de euros), que tinha lançado quando chegou ao poder, em 2012.
"Vamos mobilizar recursos completamente novos" para o saneamento em Dakar e nas províncias. "Estamos no contexto das alterações climáticas, um fenómeno global que significa que teremos situações difíceis, sejam inundações ou secas".
O Presidente apelou às pessoas para "mudarem o seu comportamento", evitando "construir nos rios" e para tomarem medidas "para mitigar os impactos".
O chefe de Estado também anunciou um orçamento de 10 mil milhões de FCFA (mais de 15 milhões de euros), incluindo três mil milhões FCFA (cerca de 4,5 milhões de euros) para ajuda direta às vítimas de catástrofes, cujo número não foi indicado.
Mais de 10 milhões de euros serão gastos na compra de equipamento para os bombeiros e saneamento.
Após as chuvas, as autoridades senegalesas lançaram o plano Orsec, um plano de emergência que permite mobilizar recursos financeiros e materiais acrescidos em caso de catástrofe.
Foram fortemente criticados após as chuvas em Dakar e numa grande parte do país. A oposição, a sociedade civil e muitas pessoas em Dakar, questionadas pela imprensa, duvidaram da realidade dos investimentos anunciados pelo Governo.
A capital senegalesa, Dakar, e grande parte do país foram atingidas por chuvas invulgares durante o fim de semana, levando a que estradas tenham sido cortadas e veículos tenham ficado submersos pelas águas.
Imagens de estradas cortadas pela água e de casas e veículos submersos têm sido divulgadas nos meios de comunicação social e nas redes sociais.
As canoas foram enviadas para Keur Massar, um subúrbio populoso de Dakar, para retirar as pessoas presas pela água. As demonstrações de raiva foram reprimidas pela polícia nos subúrbios de Dakar.