Os acordos foram assinados na Casa Branca, perante uma audiência de mais de 700 convidados, numa altura em que Trump procura aparecer como o líder pacificador do Médio Oriente, a poucas semanas das eleições onde procura um segundo mandato presidencial.
Durante a cerimónia, Trump disse que estes acordos podem antecipar "o futuro de um novo Médio Oriente", um futuro em que israelitas e árabes poderão "viver lado a lado", com novos equilíbrios de força, depois de ter dito que acredita que, em breve, "mais cinco países" quererão estabelecer relações com Israel.
"Isto pode levar à paz, paz verdadeira, no Médio Oriente", tinha dito Trump, minutos antes, na sala oval da Casa Branca, ao dar as boas vindas ao ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados, Abdullah bin Zayed al Nanyahn, irmão do poderoso príncipe herdeiro.
Os acordos não terminam os conflitos entre israelitas e palestinianos, mas podem abrir o caminho para uma reaproximação entre os árabes e os israelitas, após décadas de inimizade, duas guerras e dois acordos de paz passados.
Muitos analistas revelam dúvidas sobre o impacto dos acordos e lamentam que as autoridades palestinianas não tenham sido incluídas, levando estas a terem já considerado os tratados como uma "facada nas costas" dos países árabes que se disponibilizaram para estar hoje na Casa Branca.
Para confirmar estas suspeitas, Benjamin Netanyahu já disse que os planos de Israel para anexar colonatos na Cisjordânia estão apenas suspensos e podem ser retomados, a qualquer momento.
Por outro lado, outros países árabes parecem confortáveis com este acordo tripartido e já demonstraram disponibilidade para se associarem ao restabelecimento de relações, como Omã, Sudão e Marrocos.
"Estes acordos são uma grande conquista para os países envolvidos e levaram a um enorme sentimento de esperança e de otimismo na região", disse o genro e conselheiro de Trump, Jared Kushner, que liderou as negociações.
"Em vez de se concentrarem em conflitos do passado, as pessoas agora estão focadas em criar um futuro vibrante cheio de possibilidades infinitas", conclui Kushner.
Uma sondagem divulgada hoje revela que 86% dos palestinianos acreditam que o acordo de restabelecimento de relações de Israel com os Emirados Árabes Unidos responde apenas aos interesses de Israel e não aos seus próprios.
Mas grupos de palestinianos realizaram hoje manifestações de protesto, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, assim como em Washington, contra os acordos hoje assinados, alegando que se trata de uma "traição" contra a sua causa e um "golpe" contra a solidariedade entre países árabes.