Depois de, na sexta-feira, o governo espanhol ter considerado insuficiente o alargamento decido pelo executivo regional de Madrid das medidas restritivas e defendido o confinamento a toda a cidade, algo que a responsável pelo governo madrileno não acatou, o ministro da Saúde espanhol voltou a fazer um apelo, reporta o El País.
Numa conferência de imprensa, este sábado, Salvador Illa apelou ao governo de Isabel Díaz Ayuso que adote novas medidas para travar a propagação do vírus. "Há um risco sério para os seus habitantes e os cidadãos das comunidades vizinhas", salientou.
Sem perder as estribeiras, mas seguro da gravidade da situação, o ministro da Saúde apontou que "há que tomar controlo da pandemia". "Noutras comunidades já foi feito", começou por dizer, referindo que não queria entrar em mais avaliações.
"Volto a apelar que se revejam as medidas, temos de escutar a ciência e deixar a política em segundo plano. Há que colocar a saúde dos cidadãos em primeiro", frisou.
Salvador Illa relembrou que "esta não é uma batalha ideológica, mas sim epidemiológica". "Quem deve marcar o caminho é a ciência, os especialistas e epidemiologistas. É a eles quem devemos escutas", insistiu.
O governo central intensifica assim a pressão sobre a Comunidade de Madrid depois de, esta sexta-feira, as tentativas de uma trégua entre as duas administrações não ter resultado.
Recorde-se que o Governo regional de Madrid decidiu alargar a mais 167.381 pessoas (oito zonas sanitárias) as medidas que atualmente já restringem a mobilidade de mais de 850.000 habitantes para impedir a propagação da pandemia de Covid-19.
A partir de segunda-feira, as atuais 37 zonas sanitárias na área metropolitana de Madrid passam a ser 45, com mais de um milhão de habitantes, com restrições à mobilidade dos cidadãos: não é permitida a entrada ou saída, exceto para ter acesso a bens essenciais ou ir trabalhar, a lotação nos espaços fechados é reduzida para 50% e os estabelecimentos comerciais e hoteleiros devem fechar às 22h00.