Juíza do Tribunal de Recurso do 7.º Circuito, em Chicago, devota católica que trabalhou com o antigo juiz conservador Antonin Scalia, Barrett mostrou-se "profundamente honrada" pela confiança demonstrada por Trump, numa cerimónia nos jardins da Casa Branca.
Barrett terá feito parte da lista de possíveis nomeados em 2018, quando Trump escolheu Brett Kavanaugh para substituir Anthony Kennedy.
Com 48 anos, caso seja confirmada, Barrett será a juíza mais jovem do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, no qual os nove elementos podem permanecer de forma vitalícia.
Os senadores republicanos tudo farão agora para que a confirmação de Barrett no Senado, que dominam, seja tão rápida quanto possível, antes das eleições presidenciais de 03 de novembro, blindando os ganhos conservadores no sistema judicial federal antes de uma potencial transição de poder.
Trump, pelo seu lado, espera que a nomeação da juíza católica lhe traga ganhos eleitorais na luta com o democrata Joe Biden pela ocupação da Casa Branca.
No evento de nomeação, Trump considerou Barrett como "uma mulher de intelecto e carácter notáveis", e disse que tinha estudado profundamente o seu curriculum antes da escolha.
"Eu estudei, a sua qualificação é eminente", disse o chefe de Estado norte-americano, dirigindo-se a Barrett, ao seu lado, no Jardim das Rosas.
Herdeira ideológica do falecido juiz conservador Antonin Scalia, Barrett está assim indicada para ocupar o lugar deixado vago pela morte de Ruth Bader Ginsberg, em 18 de setembro último, e operar o desequilíbrio ideológico mais profundo no Supremo norte-americano desde que há três décadas Clarence Thomas, nomeado por George H. Bush em 1990, substituiu Thurgood Marshall, o "senhor Direitos Civis", que tinha sido nomeado pelo Presidente democrata Lyndon Johnson em 1967.
A ser confirmada, Barrett será o sexto dos nove membros do Supremo a ser nomeado por um presidente republicano, e o terceiro do mandato de Trump.
"Esta é a minha terceira nomeação [de um membro do Surpremo] depois do juiz [Neil] Gorsuch e do juiz Kavanaugh, e é um momento de grande orgulho", disse Trump no Jardim das Rosas, apelando aos democratas a aceitarem rapidamente esta nomeação e a se "absterem de ataques pessoais e partidários".
A nomeação de Barrett acontece antes de Ginsburg ser enterrada ao lado do seu marido na próxima semana no cemitério nacional de Arlington.
Poucas horas após a morte de Ginsburg, Trump deixou claro que nomearia uma mulher para o lugar, e mais tarde anunciou que estava a considerar cinco candidatos. Mas Barrett era a favorita desde o primeiro momento, e foi a única a encontrar-se com Trump.