De acordo com esta instituição académica, a Alliance for Science ("Aliança para a Ciência"), da Universidade Cornell, analisou cerca de 38 milhões de artigos, publicados em inglês, em órgãos de comunicação social tradicionais, entre 1 de janeiro e 26 de maio de 2020.
A investigação inclui artigos publicados, em particular, nos Estados Unidos, no Reino Unido, na índia, na Irlanda, na Austrália e na Nova Zelândia, assim como em alguns países de África e da Ásia.
Os resultados estão explanados no artigo científico de 13 páginas "Coronavirus misinformation: quantifying sources and themes in the covid-19 'infodemic'".
O fenómeno foi denominado como 'infodemia', ou seja, uma 'pandemia de desinformação', pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Alliance for Science encontrou um total de 522.400 artigos publicados com informações falsas relacionadas com a pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus.
"Descobrimos que as menções nos órgãos de comunicação social ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dentro do contexto de desinformação sobre a covid-19 constituem, de longe, a maior parte da 'infodemia'", explicita o estudo.
As menções a Trump compõem "37,9% do conjunto" de 'fake news' sobre a covid-19.
Por essa razão, a Universidade Cornell concluiu o Presidente dos EUA "foi, provavelmente, o maior transmissor de 'infodemia' de desinformação" sobre a covid-19.
Contudo, o relatório também especifica que apenas 16,4% da desinformação espalhada pela 'web' foi alvo de verificação, "sugerindo que a maioria da desinformação sobre a covid-19 foi transmitida pelos media sem ser questionada ou corrigida".
Entre as várias desinformações sobre a pandemia que relacionadas com Trump, a mais difundida foi a sugestão do chefe de Estado norte-americano, em 24 de abril, de uma injeção de desinfetante para combater o novo coronavírus.
A promoção da hidroxicloroquina como medicamento eficaz na prevenção e mitigação do SARS-CoV-2 também foi uma das desinformações de Trump com maior propagação.
Teorias da conspiração e alegadas curas para a covid-19 são os tópicos mais abundantes no 'mar de desinformação' sobre a pandemia.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 34 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.