Venezuela recebeu 1.º lote da Sputnik V, a vacina fabricada pela Rússia
A Venezuela recebeu hoje o primeiro lote de vacinas Sputnik V, fabricadas pela Rússia, para a fase 3 de ensaios clínicos para combater o novo coronavírus.
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Mundo Covid-19
As vacinas chegaram ao Aeroporto de Maiquetía (norte de Caracas), ao abrigo de um acordo entre o ministério da Saúde venezuelano e o Centro de Investigação de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya (CIEMG), da Rússia.
Na cerimónia de receção da carga participaram a vice-Presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, o adido de Negócios da Rússia, Alexey Seredin, e os ministros das Relações Exteriores e da Saúde venezuelanos, Jorge Arreaza e Carlos Alvarado, respetivamente.
"É uma honra que a Venezuela seja o primeiro país do Hemisfério Ocidental a participar da fase 3 do ensaio clínico desta vacina. Esta é a história universal da Rússia a favor da humanidade", disse Delcy Rodríguez à televisão estatal venezuelana.
Segundo Delcy Rodríguez, a Rússia está "na primeira fila" ao entregar "ao mundo, alívio, saúde e vida, com a primeira vacina registada contra a covid-19".
A dirigente explicou ainda que além de participar nos ensaios clínicos, Caracas "garantirá a distribuição e produção segura da vacina da Sputnik V", ao abrigo da cooperação "muito estreita" entre os dois países, que já permitiu à Venezuela receber várias toneladas de medicamentos e de testes moleculares PCR.
"A Venezuela diz aos poderes imperiais (...) que jamais renunciaremos à nossa soberania, nunca nos renderemos e nunca renunciaremos à nossa independência. Continuaremos pelo caminho da construção de um mundo multipolar, multicêntrico, de respeito e do direito internacional, longe dos poderes imperiais", disse.
Por outro lado, o adido de Negócios da Rússia, Alexey Seredin, destacou "o grande esforço" do Ministério da Saúde da Venezuela e do CIEMG da Rússia.
"É a primeira vez, na história do Hemisfério Ocidental, que a Rússia entrega a vacina contra o coronavírus", frisou.
Em 9 de setembro passado, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que Caracas esperava dois lotes da vacina Sputnik V, propondo que os candidatos às eleições legislativas de dezembro sejam vacinados, para uma campanha "em total segurança".
"Para que possam sair às ruas, percorrer bairro a bairro de maneira segura. É uma proposta que faço para uma avaliação técnica, científica, política e institucional", disse à televisão estatal.
Antes, em 21 de agosto, o Ministério da Saúde anunciou que a Venezuela previa ter "500 voluntários para os ensaios clínicos da fase 3 da vacina Sputnik V".
Na Venezuela estão confirmados 76.029 casos de pacientes com a covid-19. Estão ainda confirmadas 635 mortes associadas ao novo coronavírus e 66.245 pessoas recuperaram da doença.
A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.
Os voos nacionais e internacionais foram restringidos (desde 12 de março) até 12 de outubro e a população está impedida de circular entre os diferentes municípios do país.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 34,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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