Adiada duas vezes por razões de formato e agenda, a cimeira começou hoje com os presidentes de Angola, Ruanda, Uganda e República Democrática do Congo (RDCongo).
"Os Presidentes João Lourenço, Paul Kagame e Yoweri Museveni estão em videoconferência com o seu homólogo congolês, Félix Antoine Tshisekedi Tshilombo, o iniciador desta reunião de alto nível", segundo um comunicado de imprensa da presidência da RDCongo.
"O objetivo deste encontro virtual é conseguir um reforço das relações de boa vizinhança, combinando esforços dos países interessados em prol da cooperação, pacificação e estabilização da RDCongo Oriental e da sub-região dos Grandes Lagos", acrescentou a nota.
Nesta cimeira, os presidentes congolês, ruandês, angolano e ugandês decidiram também analisar "a situação política, diplomática e de segurança, a cooperação sanitária, a luta contra a exploração e o comércio ilícito [de recursos naturais] e a cooperação contra a covid-19", referiu o mesmo comunicado.
O Presidente congolês, Félix Tshisekedi, participa neste encontro a partir de Goma, a capital do Kivu do Norte (leste), que, juntamente com o Kivu do Sul (leste) e o Ituri (nordeste), tem sido o palco de um violência mortal levada a cabo por grupos armados locais e estrangeiros há quase 30 anos.
O Presidente do Burundi, Évariste Ndayishimiye, não participa nesta reunião virtual, após ter recusado o convite, no mês passado. A ministra dos Negócios Estrangeiros congolesa, Marie Tumba Nzeza, que recebeu em audiência na segunda-feira, não conseguiu convencê-lo a participar na videoconferência.
Num comunicado conjunto, a RDCongo e o Burundi decidiram, em vez disso, encorajar o intercâmbio de informações e inteligência "especialmente sobre segurança transfronteiriça" e organizar "patrulhas" para controlar a navegação no Lago Tanganica, que separa os dois países.
A RDCongo tem relações complexas com os seus vizinhos, devido à presença de refugiados e rebeldes destes países na região leste do país, originando vários confitos.
Durante duas guerras no Congo (1996-1997 e 1998-2003), o Burundi, o Ruanda e o Uganda, em particular, foram acusados de atacar ou apoiar rebeliões no leste da RDCongo.