Na terça-feira, o governo da Venezuela anunciou a redução de diplomatas da França, da Itália e dos Países Baixos autorizados a permanecer em Caracas devido à sua "conduta hostil", poucos dias após a tomada de posse do presidente Nicolás Maduro, no seu terceiro mandato, contestado por uma grande parte da comunidade internacional.
O governo venezuelano anunciou em comunicado que a medida deveria ser cumprida "no prazo de 48 horas", alegando que estes três Estados-membros apoiam "grupos extremistas" e interferem "nos assuntos internos" do país.
Num comunicado, a França rejeitou "categoricamente as alegações de interferência feitas contra ela", afirmando estar "empenhada em manter o diálogo com todas as partes, a fim de facilitar uma solução pacífica para a crise".
Na quarta-feira, a União Europeia (UE) apelou à imediata reversão da decisão "unilateral e intolerável" das autoridades venezuelanas de reduzir a três diplomatas acreditados em Caracas, salientando que reforça o isolamento do país e prejudica as relações bilaterais com os Estados-membros.
A Itália anunciou também a convocação do encarregado de negócios da Venezuela a Roma para protestar contra estas restrições e os Países Baixos ordenaram à Venezuela que reduzisse de quatro para dois o número de diplomatas acreditados em Haia, em retaliação à decisão de Caracas.
Nicolas Maduro, 62 anos, foi declarado vencedor das eleições presidenciais de julho da Venezuela com 52% dos votos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que não publicou os relatórios das assembleias de voto, como exigido por lei, alegando ter sido vítima de pirataria informática. Muitos observadores consideram esta explicação pouco plausível.
Os Estados Unidos, a UE, o G7 e vários dos vizinhos democráticos da Venezuela recusaram-se a reconhecer a reeleição de Maduro, com a França, a Itália e os Países Baixos a condenarem duramente o regime de Maduro.
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