"A fação apoia as exigências do presidente do partido, o ministro Bezalel Smotrich, ao primeiro-ministro, [Benjamin] Netanyahu, para que garanta o regresso de Israel à guerra para destruir o Hamas (...) imediatamente após a conclusão da primeira fase do acordo, como condição para o partido permanecer na coligação governante", afirmou o partido Sionismo Religioso, em comunicado.
Segundo o rascunho do acordo, citado pela agência de notícias espanhola Efe e de acordo com informações de responsáveis ?? israelitas, numa primeira fase do acordo, que terá uma duração de 42 dias, o grupo islamita palestiniano Hamas libertará gradualmente 33 reféns vivos ou mortos, dando prioridade às mulheres - incluindo as militares -, às pessoas com mais de 50 anos, aos menores de 19 anos e aos doentes.
Em troca, Israel libertará mais de mil prisioneiros palestinianos.
Na segunda fase, deve ser iniciada "uma calma sustentável" na Faixa de Gaza e o Hamas libertará os restantes civis e militares em contrapartida pelo abandono total do enclave palestiniano pelas tropas israelitas.
Finalmente, numa terceira fase, serão entregues os corpos de reféns já mortos.
Esta manhã, o gabinete de Netanyahu acusou o Hamas de não querer cumprir o que já estava acordado a 27 de maio, no projeto então anunciado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden: trocar "assassinos em massa" por reféns, apesar de uma cláusula explícita de veto.
O Hamas, por sua vez, disse que está "comprometido com o acordo de cessar-fogo, anunciado pelos mediadores" e que é Israel que está a tentar "criar tensão num momento crítico", além de pedir ao governo norte-americano que imponha o cumprimento do acordo.
Segundo uma autoridade israelita citada pela Efe, a delegação negociadora, chefiada pelo chefe da Mossad (seriços secretos israelitas), David Barnea, ainda se encontra em Doha para ultimar pormenores do acordo de cessar-fogo, anunciado na quarta-feira pelo Qatar e que deverá entrar em vigor no domingo.
O Governo israelita anunciou hoje que o acordo ainda não está totalmente aprovado, invocando uma "crise de última hora".
De acordo com o primeiro-ministro de Israel, o Hamas recuou num entendimento que, segundo Benjamin Netanyahu, daria a Israel o poder de veto sobre quais os prisioneiros palestinianos condenados por homicídio que seriam libertados em troca de reféns.
Ainda assim, o acordo já está a ser festejado pelos palestinianos e a receber reações de toda a comunidade internacional.
Israel lançou a sua ofensiva contra Gaza após os ataques do Hamas a 07 de outubro de 2023, que fizeram quase 1.200 mortos e cerca de 250 reféns.
Desde então, mais de 46.700 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza, de acordo com as autoridades controladas pelo Hamas, com mais de 850 mortos pelas forças de segurança e em ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Leia Também: Médio Oriente. Israel quer manter tropas no corredor entre Gaza e Egito