"Devo dizer, muito francamente, que é com grande preocupação que assisto à segunda vaga da pandemia e ao aumento contínuo de casos em quase todos os Estados-membros. É uma situação grave, não podemos pôr em causa tudo o que fizemos nos últimos meses", referiu a chanceler alemã, Angela Merkel.
A líder alemã dirigia-se por videoconferência a presidentes de câmara europeus, reunidos pelo Comité das Regiões Europeu no âmbito da semana europeia das cidades e regiões, a quem pediu "empenho" e referiu, que sem a ajuda das autoridades regionais e locais, "pouco se pode fazer".
"Precisamos de pedir aos cidadãos europeus que sejam mais cautelosos, que respeitem as regras sanitárias, mantenham a distância social, usem a máscara, que façam tudo o que esteja ao seu alcance para combater o vírus sem ser necessária a interrupção das atividades económicas", apelou Angela Merkel.
"Hoje, é ainda mais importante garantir que não precisamos de impor um novo confinamento", referiu a chefe do Governo alemão.
Angela Merkel reagia assim ao aumento significativo de casos de covid-19 no continente europeu, nos últimos dias.
Na terça-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que, na última semana, houve mais de 700.000 novos casos na Europa, um aumento de 34% relativamente à semana anterior.
"Muitos cidadãos perderam as suas vidas. Temos a obrigação de nos assegurarmos de que mais vidas não se perdem", afirmou Angela Merkel.
Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (42.875 mortos, mais de 617 mil casos), seguindo-se Itália (36.205 mortos, mais de 359 mil casos), Espanha (33.124 mortos, quase 889 mil casos) e França (32.825 mortos, mais de 743 mil casos).
As medidas para combater a covid-19 paralisaram setores inteiros da economia mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a pandemia reverterá os progressos feitos desde os anos de 1990, em termos de pobreza, e aumentará a desigualdade.
Portugal contabiliza pelo menos 2.110 mortos associados à covid-19 em 89.121 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).