O retorno das viagens de longa distância internas será apenas para trabalhadores de atividades essenciais e para questões urgentes de saúde com um acompanhante. Os demais casos continuarão proibidos de ir de uma província a outra.
"Está tudo disposto para que, felizmente, possamos retomar, na Argentina, a possibilidade de termos conectividade, entendendo que estamos numa situação crítica em alguns lugares, mas que na área metropolitada de Buenos Aires, onde se concentra 40% do país, a situação tende a melhorar", anunciou o ministro do Transporte, Mario Meoni a partir do Aeroparque, como é conhecido o aeroporto doméstico da capital argentina.
Desde 20 de março que a Argentina mantém a mais prolongada e restrita quarentena do mundo. Além das fronteiras internacionais fechadas, cada província criou a sua própria fronteira, impedindo a livre circulação e estabelecendo alfândegas paralelas.
A situação impediu visitas entre parentes, mesmo quando se tratava de questões de saúde terminal. Até mesmo para circular dentro de um município, é preciso ter uma permissão especial de circulação associada a alguma das atividades consideradas essenciais.
O retorno do limitado transporte aéreo e terrestre deve começar no final da semana e estar implementado na próxima semana embora com muitas limitações.
"A resolução será publicada nesta quinta-feira. A partir disso, entra em vigência a abertura de voos regulares, mas estará restringida a trabalhadores essenciais e a questões de saúde. Acreditamos que a maioria das províncias terão conectividade a partir da semana que vem", acrescentou o ministro Mario Meoni.
O ministro explicou que a resolução vai estabelecer as regras nos aviões e nos aeroportos, mas que caberá aos governadores de cada uma das 24 províncias decidirem se vão aceitar os voos. Caso aceitem, irão determinar que medida será aplicada aos visitantes, podendo, inclusivé, ser aplicada uma quarentena interna.
"Cada província vai aplicar os seus protocolos em função da sua realidade epidemiológica. Podem exigir um teste de PCR, uma declaração juramentada ou mesmo uma quarentena", disse Meoni.
Quanto aos voos internacionais, continuarão excepcionais e restritos aos argentinos e estrangeiros com residência no país. As fronteiras internacionais continuarão fechadas aos turistas estrangeiros.
O ministro do Turismo, Matías Lammens, que acompanhou o anúncio indicou que voos para turistas tanto internos quanto estrangeiros deverão esperar, pelo menos, outros dois meses.
"Teremos a possibilidade de, dentro de dois meses aproximadamente, começarmos a pensar sobre a volta dos voos internacionais", apontou Lammens.
Na Argentina, os hoteis estão proibidos de receber turistas. Na capital argentina, 55 hoteis foram transformados em hospitais de campanha para argentinos que chegavam do exterior e precisavam ficar em quarentena, para doentes leves e para pacientes assintomáticos. No total, cerca de 60 mil camas foram ocupadas. A maioria desses hoteis, no entanto, já não recebe mais pacientes, devido à redução significativa do número de casos na cidade.