O Departamento de Estado norte-americano publicou o primeiro relatório anual sobre a autonomia de Hong Kong, tal como exigido por uma lei aprovada pelo Congresso no verão passado.
A lei destinava-se a endurecer as sanções à antiga colónia britânica, depois de a China ter aprovado uma lei da segurança nacional que minou a autonomia do território.
O documento "sublinha a contínua oposição [dos EUA] às ações de Pequim, que visam deliberadamente minar as liberdades dos residentes em Hong Kong e impor as políticas opressivas do Partido Comunista da China", pode ler-se num comunicado do Departamento de Estado.
De acordo com a lei norte-americana, o relatório deveria servir para designar os responsáveis pela violação das liberdades de que Hong Kong deveria beneficiar durante um período de 50 anos desde o regresso à China em 1997, ao abrigo do princípio "um país, dois sistemas", e impor sanções em conformidade.
No entanto, a diplomacia norte-americana optou por nomear apenas dez pessoas, que já tinham sido sancionadas pelos Estados Unidos em agosto.
Os responsáveis na "lista negra" incluem a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, considerada pró-Pequim, além do diretor do gabinete de ligação que representa o governo chinês no território, Luo Huining, e do chefe da polícia da antiga colónia britânica, Chris Tang.
A lei permitia, no entanto, sanções mais latas, inclusive a entidades bancárias.
O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, tinha criticado abertamente o gigante bancário HSBC, acusado de ser benevolente para com as autoridades chinesas, enquanto "encerrava as contas daqueles que procuravam a liberdade".
Os autores da lei, que teve um apoio maciço no Congresso, consideraram o relatório como uma oportunidade perdida.
"Infelizmente, mostra que esta Administração não está a avançar com rapidez suficiente para alargar o número de indivíduos e entidades responsabilizadas", criticou o senador democrata Chris Van Hollen.
A situação de Hong Kong tem agravado o confronto entre os Estados Unidos e a China.
Em julho, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pôs fim ao estatuto comercial especial do território, numa resposta à lei de segurança nacional imposta pela China à antiga colónia britânica em 30 de junho.
O diploma pune atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua.