As sondagens mais recentes apontam para a possibilidade dessa maioria absoluta, dando como bastante ampla a liderança de Ardern, 40 anos, cuja popularidade, nacional e internacional, cresceu ao longo de todo o mandato.
Mesmo que o seu partido, os Trabalhistas, não consiga a maioria absoluta, a sua vitória deverá ser suficientemente ampla para que possa governar com o apoio dos Verdes e sem ter de recorrer à aliança com o New Zealand First, do atual Governo.
As sondagens apontam, aliás, para um colapso desta força política que continua consistentemente abaixo dos 5%.
Em sentido inverso está o ACT New Zealand que poderá ter o seu melhor resultado de sempre, com entre 6 e 8% dos votos.
Já a oposição, o Partido Nacional liderado pela ex-advogada Judith Collins, 61 anos, não conseguiu ganhar intensidade, nem durante a governação, nem agora em campanha, enfrentando a popularidade de Ardern, que cresceu com a forma como liderou a resposta do país à pandemia do novo coronavírus.
As eleições de sábado, que foram adiadas um mês devido à covid-19, surgem num cenário eleitoral bem diferente do que se viveu em 2017, quando os Trabalhistas de Ardern não obtiveram o maior número de votos, mas chegaram ao poder mediante um acordo com o New Zealand First e com o apoio de incidência parlamentar dos Verdes.
A terceira mulher a liderar o Governo neozelandês, Ardern tinha do outro lado uma forte oposição dos nacionais, mas, apesar disso, tem vindo a consolidar o seu apoio e a sua força eleitoral.
A gestão de Ardern de várias crises, incluindo o ataque terrorista do ano passado a uma mesquita em Christchurch - que levou o Governo a introduzir várias medidas sem precedentes no país - consolidaram a sua imagem, tanto a nível nacional como internacional.
Posição que apenas foi reforçada com a forma como lidou a pandemia da Covid-19, 'derrotando' a doença e permitindo que o país de cerca de cinco milhões de habitantes regressasse à sua atividade normal e plena.
A pandemia permanece no topo das mentes de muitos eleitores, ainda que a confiança da sociedade, tanto no Governo como nos profissionais de saúde, ultrapasse os 80%, segundo as sondagens mais recentes.
Apesar da confiança em Ardern - e do estrelato que a colocou em capas de revista em todo o mundo -, nem tudo foi positivo, com críticos a apontarem o facto do Governo não ter cumprido várias das promessas eleitorais por cumprir.
Tornar a habitação mais barata ou reduzir a pobreza infantil, por exemplo, continuam por alcançar.
A recuperação económica do país, no quadro da pandemia, é outra questão na mente de muitos, especialmente porque o país continua na sua maior recessão em décadas, com impactos em muitas das pequenas e médias empresas.
Além das legislativas, os eleitores da Nova Zelândia, com cinco milhões de habitantes, participam em dois referendos no sábado, um para descriminalizar marijuana para uso recreativo e outro para permitir a morte assistida a doentes terminais.