"Não esperamos que haja qualquer progresso importante a nível prático, especialmente no contexto das declarações do primeiro-ministro arménio nas quais disse que não há solução diplomática para este conflito", afirmou Khadzhiev, num encontro virtual com correspondentes no Reino Unido.
O primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pachinian, pediu hoje aos arménios para "pegarem em armas" e "lutarem até ao fim", num vídeo transmitido ao vivo na sua página na rede social Facebook.
O chefe do Departamento de Política Internacional da Presidência do Azerbaijão sublinhou que o seu governo considera que, apesar destas perspéticas, "toda a interação é importante" para resolver a crise e mostrou-se "agradecido aos Estados Unidos" por organizar o encontro.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, vai reunir-se com os ministros dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão e Arménia para tentar promover uma solução para o conflito em Nagorno-Kharabakh, palco de intensos combates desde 27 de setembro, num encontro cujo formato está ainda por definir.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, discutiu hoje, separadamente, com os homólogos dos dois países a implementação de um cessar-fogo humanitário na região, que não foi cumprido em nenhuma das duas recentes tentativas acordadas pelas duas partes.
Na reunião com Lavrov, o Azerbaijão sublinhou que está "pronto para ter um diálogo real, orientado para os resultados e substancial, baseado nos atuais parâmetros da rota para a resolução" do conflito, segundo Khadzhiev.
O assessor presidencial defendeu a necessidade de encontrar uma "solução passo a passo" para a crise.
"Os apelos da Arménia para uma paz humanitária escondem os seus interesses reais", apontou Khadzhiev, que considera que "o principal interesse dos arménios é consolidar o 'status quo' da ocupação".
O conflito no enclave remonta aos tempos da União Soviética, quando no final da década de 1980 o território azerbaijano de Nagorno-Karabakh, povoado principalmente por arménios, solicitou a sua incorporação na vizinha Arménia, deflagrando uma guerra que causou cerca de 25.000 mortes.
No final do conflito, que durou até 1994, as forças arménias assumiram o controle de Nagorno-Karabakh e ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, a que chamam "faixa de segurança".
O Azerbaijão afirma que a solução para o conflito com a Arménia passa necessariamente pela libertação dos territórios ocupados, uma exigência que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Por seu lado, a Arménia apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh e defende a participação de representantes do território separatista nas negociações para a resolução do conflito.
De acordo com relatos de organizações internacionais, a recente escalada do conflito em Nagorno-Karabakh já causou mais de 800 mortes, incluindo uma centena de civis.