Matthew Tueller e dois outros diplomatas norte-americanos "participaram na organização e financiamento de atos terroristas contra os interesses do governo e do povo" iraniano, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano em comunicado na rede social Twitter.
Teerão acusa também responsáveis norte-americanos de estarem envolvidos na morte do importante general iraniano Qassem Soleimani, arquiteto da estratégia iraniana no Médio Oriente, morto por um 'drone' [aparelho aéreo não-tripulado] norte-americano em janeiro, em Bagdade.
Tueller, o seu adjunto Steve Fagin e Rob Waller, chefe do consulado norte-americano em Erbil, capital do Curdistão iraquiano, são também acusados de ter "apoiado extremistas e grupos terroristas" e participado na campanha de sanções norte-americanas contra o Irão, segundo a nota.
"As ações anti-iranianas não ficarão sem resposta", avisou o porta-voz dos Negócios Estrangeiros do Irão, Said Khatibzadeh, no Twitter.
Os EUA sancionaram na quinta-feira os Guardas da Revolução, o exército ideológico da República islâmica e os meios de comunicação iranianos por uma "tentativa de ingerência" nas eleições norte-americanas de 03 de novembro, algo que Irão negou veemente.
O Tesouro norte-americano impôs também sanções separadas contra Iraj Masjedi, embaixador do Irão no Iraque, onde Washington tem lutado contra a influência de Teerão.
Masjedi é notavelmente acusado de ter sido "um conselheiro próximo" de Soleimani, que chefiava a Força Quds, uma unidade de elite dos Guardiões, encarregada de operações no estrangeiro.
"Durante as suas décadas de serviço na organização, Masjedi supervisionou um programa de formação e apoio para milícias iraquianas e liderou ou apoiou grupos responsáveis por ataques que mataram e feriram membros das forças dos EUA e organizações internacionais no Iraque", acrescentou o Tesouro.
No Iraque, quase uma centena de ataques, incluindo com foguetes, tiveram como alvo a embaixada norte-americana, bases que abrigam soldados e caravanas militares ao longo de quase um ano.
Washington atribui esses ataques a fações armadas iraquianas pró-Irão.
Washington e Teerão, inimigos, têm sido atacados desde a retirada unilateral de Washington, em 2018, do acordo nuclear internacional (JCPOA, na sigla em inglês) concluído em 2015 e o restabelecimento de pesadas sanções que mergulharam o Irão numa recessão com consequências sociais dramáticas.