O tratamento experimental em questão é do grupo farmacêutico Eli Lilly.
Há cerca de duas semanas, um comité de monitorização independente interrompeu o ensaio, admitindo então uma possível questão de segurança.
Mas, na segunda-feira, o Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas norte-americano, que patrocinou o ensaio clínico, afirmou, após uma análise mais pormenorizada do estudo, não ter encontrado nenhum problema de segurança, mas sim uma "baixa probabilidade" de eficácia do medicamento para os pacientes hospitalizados.
Trata-se de um revés para uma das abordagens de tratamento para a doença covid-19 que foi encarada como uma das mais promissoras.
O tratamento é similar ao que o Presidente norte-americano, Donald Trump, recebeu pouco depois de ter manifestado sintomas da covid-19: anticorpos de síntese injetados de forma intravenosa, fabricados especificamente para neutralizar o novo coronavírus responsável pela doença, substituindo de facto o sistema imunitário.
Apesar desta suspensão, o grupo farmacêutico Eli Lilly esclareceu, entretanto, num comunicado que as autoridades norte-americanas vão manter outro ensaio paralelo que testa o medicamento em doentes ligeiros ou com sintomas moderados para tentar prevenir a hospitalização e a evolução para uma condição de saúde mais grave.
No mesmo comunicado, o grupo farmacêutico indicou que também vai prosseguir com os seus próprios ensaios para testar o medicamento, que está a ser desenvolvido com a empresa canadiana AbCellera.
A pandemia da doença covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 43 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.