ONU preocupada com chegada de 3.200 refugiados da Costa do Marfim
As Nações Unidas (ONU) expressaram hoje preocupação com o afluxo de cerca de 3.200 cidadãos marfinenses aos países vizinhos para fugir à violência que irrompeu no país após as eleições presidenciais de sábado, boicotadas pela oposição.
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Estes refugiados, "principalmente mulheres e crianças", chegaram à Libéria, Gana e Togo vindos do oeste e sudoeste da Costa do Marfim, disse o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) durante uma conferência de imprensa em Genebra.
"Estes recém-chegados são por vezes refugiados que tinham sido repatriados recentemente e que foram forçados a fugir novamente", disse a agência da ONU.
O maior número - 2.600 - tem procurado refúgio na Libéria, onde, apenas na segunda-feira, 1.000 pessoas atravessaram a fronteira com a Costa do Marfim.
Segundo o ACNUR, as comunidades locais encarregaram-se do seu acolhimento, partilhando os escassos recursos com os recém-chegados, com os quais têm frequentemente laços linguísticos ou étnicos.
A agência está a trabalhar com as autoridades liberianas para registar os refugiados e fornecer-lhes alimentos.
A situação política e de segurança na Costa do Marfim continua tensa após as eleições de sábado que reelegeram o atual chefe de Estado, Alassane Ouattara, para um terceiro mandato, considerando inconstitucional pela oposição, que não reconhece o resultado.
Na segunda-feira, a oposição da Costa do Marfim anunciou um Conselho de Transição, liderado pelo candidato às eleições e ex-Presidente Henri Konan Bédié, para a formação de um "Governo de transição" até novas eleições presidenciais, após um fim de semana marcado pela violência.
No domingo, no dia seguinte às eleições, a oposição tinha apelado uma "transição civil" e à "mobilização geral dos costa-marfinenses para pôr fim à ditadura e à má gestão do Presidente cessante".
Pelo menos nove pessoas morreram durante o fim de semana em numerosos incidentes e confrontos que afetaram principalmente a metade sul do país.
Antes da votação, cerca de 30 pessoas tinham morrido em atos de violência pelo país, levantando receios de uma repetição dos conflitos pós-eleitorais registados há dez anos.
Estima-se que três mil tenham morrido devido à recusa do antigo Presidente Laurent Gbagbo de admitir a derrota face ao sucessor, Alassane Ouattara.
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