Correios dizem ser impossível cumprir ordem para procurar votos perdidos

Os correios norte-americanos declararam ser impossível cumprir a ordem de um juiz federal de uma inspeção minuciosa em busca de votos perdidos ou retidos para evitarem qualquer perturbação às operações no dia das presidenciais.

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Lusa
04/11/2020 02:44 ‧ 04/11/2020 por Lusa

Mundo

Eleições EUA

Na resposta ao pedido do juiz federal Emmet G. Sullivan, de Washington, os Serviços Postais dos Estados Unidos indicaram, na terça-feira, ter já realizado durante a manhã várias rondas de fiscalização em todos os centros de processamento.

Os Serviços Postais acrescentaram terem procedido a revisões diárias de todas as 220 instalações que processam o correio eleitoral e têm previsto a realização de uma nova revisão antes do encerramento das assembleias de voto, na terça-feira.

"Estão a trabalhar tão expeditamente quanto possível para cumprir as ordens deste tribunal, ao mesmo tempo que reconhecem limitações físicas e operacionais e a necessidade de evitar perturbar atividades essenciais no dia das eleições", escreveram numa resposta os advogados do Departamento de Justiça norte-americano que representam os Serviços Postais.

O juiz aceitou a resposta da agência, mas marcou uma audiência para quarta-feira "para debater a aparente falta de cumprimento de uma ordem de um tribunal".

A pedido de vários grupos de direitos civis, o juiz tinha ordenado aos inspetores postais que revistassem mais de duas dúzias de instalações dos Serviços Postais dos Estados Unidos em busca de votos perdidos ou atrasados e que os enviassem imediatamente.

A ordem inclui centros de processamento dos correios em 15 estados, incluindo Florida, Michigan, Pensilvânia, Geórgia, Wisconsin e Carolina do Sul, entre outros estados considerados chave para as eleições de terça-feira nos EUA.

Em alguns estados, houve atrasos no processamento dos votos por correio, de acordo com os queixosos, que receiam que os trabalhadores dos correios possam não ser capazes de os entregar a tempo.

De acordo com dados apresentados ao tribunal, os Serviços Postais admitiram que cerca de 300 mil boletins de voto por correio em todo o país foram considerados como tendo sido recebidos, mas sem que lhes tivesse sido dada saída.

O extravio desta quantidade de votos, equivalente a metade da população do Wyoming, alarmou as organizações de direitos de voto porque a sua retenção poderia impedi-los de cumprir os prazos para que sejam considerados válidos.

De acordo com a organização Projeto para as Eleições dos Estados Unidos ('US Elections Project'), pelo menos 65 milhões de norte-americanos votaram por correio nesta eleição devido à pandemia de covid-19, o que também fez com que outros 36 milhões de eleitores não esperassem pelo dia das eleições para votarem pessoalmente.

O chefe executivo dos Correios, Louis DeJoy, nomeado pelo Presidente Donald Trump, tomou há alguns meses uma série de medidas que afetaram os prazos de entrega do correio, algo que foi duramente criticado tendo em conta a proximidade das eleições.

Nesta eleição, o Presidente Donald Trump concorre à reeleição contra o candidato democrata, o ex-vice-Presidente Joe Biden, que aparece com vantagem nas sondagens.

 

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