Mais de 24 horas depois de ter comparecido numa conferência de imprensa para declarar vitória nas eleições norte-americanas e falar numa tentativa de fraude no processo de contagem de votos, Donald Trump fez uma nova declaração, na noite desta quinta-feira, e voltou a insistir na ideia de que estão a tentar roubar-lhe o triunfo nas eleições. O presidente não apresentou, no entanto, provas que sustentassem estas afirmações.
"Se contarmos os votos legais, eu ganho facilmente. Se contarmos os votos ilegais, eles vão tentar roubar-nos as eleições", começou por dizer.
Trump criticou ainda os votos por correspondência, que considerou ser um sistema "corrupto" de votação. "O voto por correspondência está a destruir o nosso sistema (...) Corrompe as pessoas mesmo que não sejam corruptas por natureza", fez notar.
Lançou ainda suspeitas sobre o facto de os votos por correspondência estarem a ser maioritariamente favoráveis a Joe Biden. "É incrível como os votos por correspondência são tão unilaterais", frisou, exemplicando com o ponto de situação da contagem dos votos no estado da Geórgia.
"Na Geórgia ganhei por uma grande margem. A vantagem diminuiu entretanto" com os votos por correio, referiu Trump, sugerindo que até pode perder a corrida neste estado do sul dos Estados Unidos que, diga-se de passagem, ainda não está fechada.
No entanto, logo de seguida e de forma contraditória, o presidente sublinhou que está "encaminhado para ganhar no Arizona", estado no qual ainda estão a ser contabilizados os votos por correspondência.
Apesar das projeções indicarem que Joe Biden está mais próximo de acrescentar um número de votos do colégio eleitoral que lhe permitam chegar à presidência, e que o Partido Democrata vai manter a maioria na Câmara dos Representantes, Trump falou ainda numa ampla vitória republicana.
"Não houve uma grande onda 'azul', como previam. Isso foi falso, a intenção era suprimir votos. Houve uma grande onda 'vermelha'", salientou, ressalvando que "o Partido Republicano é o partido do trabalhador americano e da inclusão" e que o Partido Democrata é "o partido dos grandes doadores, dos grandes media, das grandes tecnológicas".
Trump saiu da sala, na Casa Branca, onde decorreu a conferência de imprensa sem responder a perguntas dos jornalistas.
[Notícia atualizada às 00h25]