Ensaios clínicos de vacina Coronavac vão ser retomados no Brasil

Suspensão dos testes da Coronavac terá sido provocada pela morte de um voluntário.

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Notícias Ao Minuto com Lusa
11/11/2020 15:20 ‧ 11/11/2020 por Notícias Ao Minuto com Lusa

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Depois de ter suspenso, esta terça-feira, os testes da coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac e pelo Instituto Butantan, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou agora que os testes fossem retomados, avança a CNN Brasil.

“Após avaliar os novos dados apresentados pelo patrocinador depois da suspensão do estudo, a ANVISA entende que tem subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação e segue acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre o EAG inesperado e a vacina”, informou a agência, que é vinculada ao ministério da Saúde.

A decisão acontece pouco depois de o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter dado 48 horas à agência, para explicar com melhor detalhe o porquê da sua decisão.

O presidente da Anvisa, António Barra Torres, foi quem anunciou a decisão de parar com os testes, depois ter sido notificado de um evento grave adverso não esperado pelo Instituto Butantan, que lidera o estudo no Brasil da eventual vacina contra a covid-19 em desenvolvimento pelo laboratório chinês Sinovac. Este afirmou que esta era a "única decisão a ser tomada" naquele momento, frisando que se tratou de uma "decisão técnica".

A agência informou ainda que não vai divulgar a natureza do evento adverso ocorrido "em respeito à privacidade e integridade dos voluntários da pesquisa".

As autoridades não confirmam oficialmente sobre as causas da morte de um voluntário de 33 anos, em 29 de outubro, que participava na terceira fase do ensaio da Coronavac, que motivou a suspensão.

A Rede Globo e outros 'media' locais exibiram um boletim de ocorrência da polícia brasileira sobre o caso do alegado voluntário, que não foi identificado, em que consta suicídio como causa da morte.

Anvisa decidiu assim suspender os testes, decisão que manteve até ao recebimento de recomendações por parte de um comité internacional de investigadores independentes que analisa o desenvolvimento do imunizante.

Na noite de terça-feira, o órgão regulador informou que recebeu o documento proveniente do comité internacional, do qual resultou a decisão de retomar os testes.

A suspensão dos estudos do imunizante levaram a um confronto entre a Anvisa e o Instituto Butantan, de São Paulo, que tem uma parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac para fabricar a vacina e conduzir os ensaios de fase três no Brasil.

Logo após o anúncio da paralisação, o diretor do instituto, Dimas Covas, disse estranhar a decisão da agência, porque o evento adverso se tratava de um "óbito não relacionado à vacina".

Também a reação do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, à suspensão dos testes causou polémica, após este ter declarado "vitória", o que gerou várias criticas, quer por parte de políticos, quer de profissionais de saúde, que o acusaram de politizar o imunizante.

No mês passado, Bolsonaro já se tinha posicionado contra a aquisição da vacina chinesa, tendo obrigado o seu Ministério da Saúde a recuar na intenção de comprar o imunizante.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 5,7 milhões de casos e 162.829 óbitos), depois dos Estados Unidos da América.

pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.275.113 mortos em mais de 51,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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