Num capítulo do primeiro volume das suas memórias "A Promised Land" ("Uma Terra Prometida"), que estará à venda na terça-feira e do qual a revista Atlantic publica hoje trechos, o antecessor de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos faz uma retrospetiva dos quatro anos que passaram desde que abandonou a Casa Branca, em 2016.
"Talvez o mais preocupante de tudo seja que a nossa democracia parece estar à beira de entrar numa crise", escreve Obama, acrescentando que essa crise está "ancorada no embate entre duas visões do que a América é e do que deveria ser", para depois denunciar o atropelo de normas de que o sistema político tem sido vítima.
No livro, Obama saúda a eleição do seu ex-vice-Presidente Joe Biden, mas reconhece que a derrota de Trump pode não resolver todos os problemas pendentes.
"Também sei que uma eleição não resolverá o problema. (...) As nossas divisões são profundas, os nossos desafios são impressionantes", acrescenta Obama.
Aquele que foi o 44º Presidente dos Estados Unidos diz, porém, estar "cheio de esperança" no futuro, convencido de que com "muito trabalho, determinação e uma boa dose de imaginação" a América poderá refletir "o que 'há de melhor em nós ".
Neste grosso primeiro volume (768 páginas) das suas memórias, Barack Obama também descreve o seu processo de escrita (com a caneta, não no computador) e a sua dificuldade em ser conciso.
Obama ainda confessa que, durante os seus oito anos na Casa Branca, procurou um canto sossegado para fumar um pequeno "cigarro noturno", abordando assim um tema que foi objeto de especulação, durante a sua campanha eleitoral em 2008: a sua relação com o tabagismo.