Trump, afinal, não assume derrota. No Twitter, fala em mais processos
Donald Trump parecia ter este domingo assumido que Joe Biden é o vencedor das eleições presidenciais, através do Twitter, mas voltou agora a escrever que não deixará "uma eleição fraudulenta roubar o país".
© Tasos Katopodis/Getty Images
Mundo Eleições EUA
"Não vamos deixar que uma eleição fraudulenta roube o nosso país", escreveu, este domingo, Donald Trump através do Twitter, dissipando qualquer dúvida sobre o seu pensamento em relação ao resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos, que deram a vitória ao democrata Joe Biden.
O presidente cessante parecia ter hoje dado um primeiro passo no sentido de assumir a derrota eleitoral, indicando que Joe Biden "ganhou porque as eleições foram fraudulentas", ainda que continuando sem apresentar evidências de fraude.
A afirmação, ainda assim, foi recebida de forma transversal como uma possível mudança de direção na posição que mantém desde 3 de novembro. Ao longo do dia, porém, foi fazendo várias publicações onde reforça as alegações de fraude e adianta, ainda, que há mais processos judiciais no horizonte.
"Muitos dos processos a ser submetidos em todo o país não são nossos, mas antes daquelas pessoas que assistiram a abusos horríveis. Os nossos grandes processos que mostram a inconstitucionalidade das eleições de 2020 e as coisas ultrajantes que foram feitas para mudar o resultado serão em breve submetidos", indicou.
Many of the court cases being filed all over the Country are not ours, but rather those of people that have seen horrible abuses. Our big cases showing the unconstitutionality of the 2020 Election, & the outrage of things that were done to change the outcome, will soon be filed!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 15, 2020
A 7 de novembro as projeções dos principais órgãos de comunicação social do país deram como vencedor das eleições presidenciais Joe Biden, com Trump, no entanto, a não reconhecer a derrota, passando a difundir teorias conspirativas sobre uma suposta fraude eleitoral, sem nunca apresentar provas.
He only won in the eyes of the FAKE NEWS MEDIA. I concede NOTHING! We have a long way to go. This was a RIGGED ELECTION!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 15, 2020
Até à data Trump apenas logrou pequenas vitórias nos tribunais, sucedendo-se reveses como o de sexta-feira em dois tribunais da Pensilvânia, onde seis processos apresentados pela sua campanha eleitoral foram indeferidos.
Justificações com base em teorias da conspiração do QAnon
Na sua publicação anterior, o candidato derrotado fez eco de uma teoria promovida na Internet pelo movimento QAnon, que tem feito alegações, sem suporte, de fraude eleitoral da parte da empresa Dominion Voting Systems, fabricante das máquinas de contagem dos sufrágios. Na quinta-feira, Trump publicou outro tweet mencionando a teoria de que a empresa removeu milhões de votos a seu favor, citando um 'link' do 'site' de extrema-direita One America News Network.
A organização não governamental Advance Democracy, que faz a verificação dos casos de desinformação, apurou que desde 5 de novembro uma em cada sete mensagens no Twitter com a hashtag #Dominion teve origem em contas relacionadas com a QAnon.
A QAnon é um fenómeno na internet que promove teorias infundadas, como a de que o mundo é governado por uma organização de pedófilos satânicos que, entre outras coisas, conspiram para derrubar Trump ou que os incêndios que devastam o oeste americano foram causados por ativistas do Black Lives Matter.
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