Joshua Wong, de 24 anos, e outros dois ativistas, Ivan Lam e Agnes Chow, estão a ser julgados pela organização de uma manifestação realizada à porta da sede da polícia de Hong Kong, no verão passado.
"Nós os três decidimos declarar-nos culpados em todas as acusações (...) Não ficaria surpreendido se fosse detido ainda hoje", disse Wong aos jornalistas ao chegar ao tribunal, esta manhã.
"Vou declarar-me culpado das infrações, incluindo a organização e a participação numa manifestação não autorizada, para a qual a pena máxima é de cinco anos", declarou, numa nota enviada a alguns jornalistas, e que a Lusa teve acesso.
"Continuaremos a lutar pela liberdade, e este não é o momento de nos achatarmos perante Pequim ou de nos rendermos", continuou o jovem, que em 2014 foi o rosto do movimento dos 'guarda-chuvas amarelos'.
Joshua Wong denunciou a detenção de 23 ativistas, jornalistas e conselheiros, nas últimas três semanas.
"Todos os dias temos ativistas em julgamento, manifestantes enviados para a prisão", de acordo com a mesma nota.
"Sob as contínuas investidas contra os dissidentes da cidade, gerações de jovens vão de protestos a prisões. Para salvaguardar a liberdade do lugar onde nascemos, todos eles fizeram um sacrifício silencioso, mas sem arrependimento. Alguns deles foram torturados, forçados ao exílio", frisou.
A mobilização pró-democracia na região semiautónoma chinesa foi muito forte até ao final do ano passado com manifestações que chegaram a ter dois milhões de pessoas, segundo os organizadores dos protestos.
Em junho, a resposta de Pequim aos protestos em Hong Kong surgiu com a imposição da lei da segurança na região administrativa especial chinesa, o que levou ativistas a refugiarem-se no Reino Unido e em Taiwan.
A lei pune atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras, com penas que podem ir até à prisão perpétua.
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