Segundo constatou a agência AFP no local, após o desmantelamento de um acampamento, instalado na Praça da República, cerca de 200 a 300 pessoas, principalmente ativistas e uma minoria de migrantes, deslocaram-se para o centro de Paris, rodeados por um imponente dispositivo de forças de segurança.
Após alguns minutos, a polícia utilizou gás lacrimogéneo para dispersar vários grupos.
Um jornalista, que estava identificado, também foi detido e agredido enquanto procurava obter imagens, constatou um jornalista da AFP.
"O Estado presta-se a um espetáculo lamentável", destacou à AFP um deputado da Câmara de Paris, Ian Brossat, responsável pela receção dos refugiados.
"Há uma resposta da polícia a uma situação social. Só sairemos daqui se encontrarmos soluções de acomodação para estas pessoas", acrescentou.
Já um responsável da associação Utopia56, que esteve na origem do acampamento na Praça da República, Kerill Theurillat, realçou a violência policial "à vista dos cidadãos, jornalistas e câmaras no meio de Paris".
"Imaginem o que se está a passar com os migrantes isolados nos arredores de Paris. Isto é o que vemos todas as noites", alertou.
Centenas de migrantes, a maioria afegãos, exigiram abrigo após o desmantelamento, na semana passada, de um campo de migrantes anti-higiénico nos subúrbios de Paris.
A polícia evacuou na terça-feira um campo de migrantes perto de Paris, junto do Estádio de França, onde mais de 2.000 pessoas se fixaram gradualmente desde agosto.
Segundo o responsável pela associação France Terre Asile, operadora do Estado, cerca de 2.400 exilados viviam neste campo, que desde agosto cresceu ao longo de um entroncamento rodoviário, perto do maior estádio do país.