O Instituto Mexicano da Propriedade Industrial (IMPI) e o Conselho Regulador da Tequila (CRT) reuniram-se para determinar "ações enérgicas" para proteger a denominação de origem que a UE deu à bebida mexicana em 2019.
O anúncio surge no meio de uma disputa legal na Comissão Europeia entre a cervejeira Heineken e o CRT pela utilização da denominação de origem da tequila numa cerveja.
O setor da tequila no México acusa a multinacional de não cumprir os regulamentos com a venda da marca Desperados, uma cerveja com "aroma de tequila" vendida em 70 países.
Sem mencionar diretamente a controvérsia, o Ministério da Economia mexicano lembrou que a denominação de origem da tequila é reconhecida em 55 países, incluindo os da UE.
"O director-geral do IMPI, Juan Lozano Tovar, sublinhou que as denominações de origem e indicações geográficas são património do México e que é com esse caráter que elas devem ser protegidas", apontou o Governo mexicano.
A bebida mexicana só pode ser produzida em Tequila, no estado de Jalisco, na zona ocidental do México, com uma cadeia de produção suporta mais de 70 mil famílias mexicanas e gera mais de 300 milhões de dólares (cerca de 252 milhões de euros) em impostos para o país.
Apesar da pandemia da covid-19, a produção de tequila no México foi de 128 milhões de litros no primeiro semestre do ano, mais 4% do que no mesmo período em 2019, com um aumento de 3,6% nas exportações, de acordo com o conselho de produtores de agave-azul, principal ingrediente no fabrico de tequila, de Jalisco.
O Presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador, conseguiu o reconhecimento da bebida na UE, no Brasil, em Singapura, em Hong Kong e na Nova Zelândia, reconheceu o diretor do CRT, Ramon Gonzalez, na reunião com o IMPI.
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