Segundo um comunicado do Ministério chinês divulgado hoje, o embaixador Paulo Estivallet de Mesquita e o vice-ministro Zheng Zeguang "trocaram opiniões sobre as relações China-Brasil e assuntos de mútuo interesse".
Zheng Zeguang defendeu que os dois países devem "implementar de forma séria os importantes consensos alcançados" pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
O vice-ministro referia-se a uma conversa por telefone entre os dois governantes em março, durante a qual se comprometeram com "a estabilização e ampliação da parceria comercial" entre China e Brasil, anunciou na altura a embaixada chinesa em Brasília.
De acordo com o comunicado, Paulo Estivallet de Mesquita garantiu que o Brasil está disposto a trabalhar para "reforçar a comunicação e coordenação nos assuntos internacionais" com a China.
A reunião aconteceu um dia após o filho do Presidente do Brasil e presidente da Comissão de Relações Exteriores da câmara baixa parlamentar, Eduardo Bolsonaro, ter publicado -- e mais tarde apagado -- um 'tweet' em que acusava o Partido Comunista Chinês de espionagem e de ser "inimigo da liberdade", a propósito da implementação do 5G, a quinta geração de telecomunicações.
Em resposta, a Embaixada da China acusou Eduardo Bolsonaro de produzir "declarações infames" e "mentiras". "Apresentámos uma queixa formal junto do Brasil através dos meios diplomáticos", divulgou a embaixada num comunicado.
Durante a reunião com o embaixador brasileiro, Zheng Zeguang apelou ainda ao reforço da cooperação bilateral na luta contra a pandemia de covid-19.
Jair Bolsonaro tem mostrado oposição à eventual utilização em campanhas de imunização contra o novo coronavírus da Coronavac, potencial vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac, cujos ensaios clínicos estão a decorrer no Brasil.
O Presidente brasileiro comemorou mesmo a suspensão momentânea dos testes da Coronavac em 10 de novembro, após a morte de um voluntário por motivos não relacionados com a vacina.