O antigo presidente francês Valéry Giscard D’Estaing morreu, esta quarta-feira, aos 94 anos, devido a complicações cardíacas num quadro de Covid-19. A notícia foi avançada, esta noite, pela família aos meios de comunicação franceses.
Há cerca de três semanas que o antigo chefe de Estado estava internado no hospital de Tours, no centro de França, devido a uma insuficiência cardíaca.
A hospitalização ocorreu dois meses depois de uma outra, em meados de setembro, devido a uma infeção pulmonar.
O político conservador, também presidente da Convenção que redigiu o tratado constitucional europeu, esteve, nos últimos meses, recolhido, por causa do novo coronavírus, no castelo da sua família em Authon, no departamento de Loire.
Giscard d'Estaing foi presidente da França de maio de 1974 a maio de 1981, período durante o qual teve Jacques Chirac e Raymond Barre como primeiros-ministros. Algumas das principais marcas do seu mandato foram o acesso ao voto a partir dos 18 anos, o direito à interrupção voluntária da gravidez e a possibilidade de divórcio por mútuo acordo. Apesar de se ter recandidatado, foi batido em 1981 por François Miterrand.
Antes da sua eleição, Giscard d'Estaing foi ministro das Finanças quando Georges Pompidou era primeiro-ministro, entre 1962 e 1966. Voltou ao Governo com as mesmas funções quando Pompidou já era Presidente entre 1969 e 1974.
Após a sua passagem pelo Eliseu, foi deputado europeu e dedicou-se à escrita, pertencendo mesmo à Academia francesa. Na sua longa carreira política foi deputado, ocupou diversos cargos na política local e regional e sentou-se no Conselho Constitucional.
Em março deste ano, foi acusado por uma jornalista alemã de assédio sexual e foi aberto um inquérito para apurar os factos.