Casa Branca pressiona responsável da FDA a aprovar vacina ou a demitir-se

A Casa Branca instou o responsável pela Administração de Alimentos e Medicamentos a apresentar a demissão se este organismo não aprovar a utilização da vacina contra a covid-19 até ao final do dia de hoje.

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Lusa
11/12/2020 20:55 ‧ 11/12/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

A informação é avançada pelo diário norte-americano The Washington Post, que dá conta de que o chefe de Gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, ordenou a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) a apressar o processo de aprovação da vacina da Pfizer e da BioNTech contra o SARS-CoV-2.

Caso contrário, o comissário da FDA, Stephen Hahn, deveria demitir-se.

O jornal cita várias fontes associadas a este processo sob a condição de anonimato e explicita que a 'ameaça' de Washington fez com que a aprovação fosse apressada, por isso, a vacina da farmacêutica Pfizer deverá ter 'luz verde' antes da manhã de sábado.

Questionado pelo diário norte-americano, uma fonte da Casa Branca desvalorizou a polémica: "Não comentamos conversações privadas, mas o chefe [de Gabinete da Casa Branca] solicita habitualmente atualizações sobre o progresso de uma vacina".

Ainda hoje, o Presidente cessante dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, utilizou a rede social Twitter -- um hábito que mantém a um mês e meio de abandonar a Casa Branca -- para dizer que a FDA "continua a ser uma tartaruga grande, velha, lenta".

"Coloque a porcaria das vacinas cá fora já, Dr. Stephen Hahn. Deixe-se de brincadeiras e comece a salvar vidas", criticou Trump.

Em comunicado, consultado pela agência Lusa, a FDA explica que está a "trabalhar rapidamente no sentido da finalização e emissão de uma autorização de utilização de emergência".

Este organismo federal também "notificou" os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) e os responsáveis da Operação 'Warp Speed' dos avanços feitos neste sentido, "de moço a que possam executar os planos para uma distribuição atempada da vacina".

A pandemia continua a assolar os Estados Unidos da América, que são há vários meses o país com o maior número de mortos (292.190) e também de infeções confirmadas (mais de 15,6 milhões).

Trump - derrotado nas eleições presidenciais de 03 de novembro pelo candidato democrata e agora Presidente eleito, Joe Biden -- fez da rápida aprovação de uma vacina contra a covid-19 uma das bandeiras da campanha eleitoral, assegurando sucessivamente que seria distribuído um fármaco eficaz antes do final do ano e que os Estados Unidos seriam o primeiro país a receber a vacina.

Contudo, tal não se verifica, uma vez que o Reino Unido foi o primeiro país a começar a campanha de vacinação, da mesma vacina que, depois da pressão da Casa Branca, deverá ser aprovada hoje em território norte-americano.

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